sábado 14 de março de 2020 | Edição do dia
Segundo dados da prefeitura de São Paulo, são 7 mil pessoas que moram nas ruas com mais de 50 anos, ou seja, a taxa etária mais vulnerável ao coronavírus com risco de morte. A grande questão é que o governo Dória, bem como os demais governos de direita, jamais se preocuparam com essa camada da população, com sua política de higienização da capital paulista. São estes moradores que são recebidos com jatos de água pela PM, ou que morrem de frio nos dias de baixa temperatura, ou que morrem friamente por grupos de policiais contratados pelos grandes hotéis e condomínios, não nos esquecendo, por exemplo, da chacina da Candelaria e de seus meninos que dormiam no chão, assassinados à luz do dia.
Outro ponto muito importante de se colocar é que esses números da população de rua são muito menores do que a real quantidade, ainda que os dados da prefeitura afirmam que a população de rua na cidade chegou a 24.344 pessoas em 2019, salto de 53% em quatro anos, como reflexo de uma crise econômica capitalista o número tende a ser bem mais alarmante, tal como coloca o Movimento Pop Rua, que os dados do censo são subestimados e a capital teria mais de 32 mil pessoas nas ruas.
Dória, assim como todos os gerenciadores do Estado burguês, não estão preocupados em recolher essa população de condições de subvida, alcoolismo, dependência química, fome e violência policial. Para essas pessoas só restam operações de desmanche de concentrações, bala de borracha, agressão e nenhum amparo por parte de um programa de saúde pública de qualidade e de um programa de emancipação desses moradores, com moradia, educação e empregos de qualidade. Sendo eles as principais vítimas do Coronavírus só reflete um total descaso do setor público, de um governo voltado ao interesse dos grandes empresarios, voltado à precarização do trabalho, da vida humana, e que impõe quem tem direito à vida e aqueles que nem humanos são considerados.
