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O QUE ESCONDEM? | Em segredo de justiça, Marcelo Odebrecht depõe sobre as contas da chapa Dilma-Temer

quarta-feira 1º de março de 2017 | Edição do dia

O Empreiteiro, condenado pela lava-jato, Marcelo Odebrecht foi ouvido nesta quarta feira de cinzas (01) em Curitiba sobre a denúncia de fraudes e caixa 2 da chapa Dilma-Temer nas eleições presidenciais de 2014. A ação foi movida pelo PSDB em 2015.

O ministro do TSE, Herman Benjamin, que é relator do processo, ouvirá a delação de Odebrecht, que foi preso pela lava-jato em 2015, e de mais dois ex-executivos sobre a relação da Odebrecht e da chapa Dilma-Temer, até segunda-feira.

A investigação faz parte da ação aberta pelo PSDB em 2015, que pedia a cassação da chapa de Dilma e Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições presidenciais de 2014 e fraudes envolvendo as empreiteiras no financiamento da campanha e é mais um capítulo dos desdobramentos que estão colocados como saída para a crise política e econômica.

Ao contrário do grandemente propagandeado golpe midiático, com vazamentos e convocações para manifestações pelo impeachment de Dilma, a ação movida contra a chapa Dilma-Temer passa na surdina durante a quarta-feira de cinzas, quando é ouvido a principal testemunha do processo, segundo o próprio advogado de Temer.

O processo tem uma série de dispositivos para que ocorra de maneira bastante controlada. Em primeiro lugar o sigilo. Além do conteúdo do testemunho de Marcelo Odebrecht e dos outros ex-executivos serem inacessíveis para a população, a defesa de Temer ainda tenta anular o processo por este ter sido chamado à depor à partir do vazamento de delações na operação Lava-Jato.

Não bastando isto, Temer poderá ainda escolher os Ministros que julgarão seu processo. O mandato de Hermann Benjamin, que é relator do processo, terminará em outubro deste ano, tendo que ser substituído por outro relator até lá. Outros dois Ministros do TSE terminarão seus mandatos em abril e maio, ou seja, três dos sete ministros que integram esta Corte e julgarão as contas da chapa Dilma-Temer serão indicados pelo próprio julgado.

O que mostra mais uma vez a seletividade com que a lava-jato trata dos casos de corrupção, além do próprio sistema de delação, que como mostramos aqui só serve para enriquecer a equipe de Moro e para livrar os corruptos, como acontecerá com o próprio Marcelo Odebrecht. Como ocorre no próprio julgamento da chapa Dilma-Temer: um farsesco "combate à corrupção em segredo".

As benesses do presidente golpista ter um processo totalmente controlado correndo em sigilo diz respeito diretamente à sua capacidade de aplicar os ataques aos trabalhadores em uma escala que Dilma tentou e não conseguiu fazer. Isto ocorre porque os Juízes e magistrados são todos indicados, nenhum deles tem o mandato pelo voto da população, e compartilham dos mesmos privilégios que a casta política envolvida em denúncias de corrupção país afora. Por isso o Esquerda Diário tem colocado a necessidade de investigar e julgar todos as denúncias de corrupção por juris populares.

Leia mais: Temer responde, Padilha abandona o barco e crise aumenta pós declarações de Yunes




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