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8M | Em reunião para preparar o 8M, mulheres de Campinas declaram apoio à greve dos petroleiros

Na última segunda-feira, 10, ocorreu a segunda reunião em Campinas para preparar o 8 de março na cidade. As mulheres que estavam presentes declararam seu apoio à greve dos petroleiros que já ocorre há mais de 10 dias.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

terça-feira 11 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Reuniões para a preparação do 8M estão ocorrendo regionalmente desde o início de janeiro. Nós do grupo de mulheres Pão e Rosas estamos intervindo nacionalmente por uma batalha das mulheres por Justiça à Marielle, pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito e contra a reforma da previdência que seja profundamente ligada à greve dos petroleiros que já ocorre há mais de 10 dias.

A categoria está enfrentando sua primeira greve nacional contra o governo Bolsonaro, herdeiro do projeto privatista do Golpe institucional e da Lava Jato. A greve começou contra a demissão de 1000 trabalhadores da FAFEN no Paraná, e com quase 100 unidades aderindo à mobilização, ela pode se tornar uma causa nacional contra a privatização das 8 refinarias e dezenas de terminais. No entanto, ela está sofrendo um forte cerco da mídia burguesa, por isso nós, do Pão e Rosas, colocamos na reunião a necessidade de redobrar o apoio à greve, destacando o importante papel de centrais sindicais como a CUT, do PT, para organizar campanhas de solidariedade à greve.

Sabemos que Bolsonaro tem as mulheres como suas principais inimigas, e isso fica evidente com suas declarações e políticas misóginas. Ele afirma que sua filha é fruto de uma “fraquejada” e zera o repasse aos planos de combate à violência contra as mulheres. Além disso, teve em 2019 como prioridade garantir a aprovação da reforma da previdência, que sabemos que são as mulheres as mais afetadas, sendo obrigadas a morrer trabalhando sem nenhum direito e assumindo duplas e triplas jornadas de trabalho, contando com o trabalho doméstico não remunerado.

A reforma da previdência foi aprovada em 2019 a nível federal, mas é no início de 2020 que está sendo aprovada em algumas regiões a nível estadual. Partidos da ordem e também o PT, como faz Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte e Rui Costa na Bahia, são essenciais para seguir com esse plano que cairá com muito mais peso nas costas das mulheres. Esse fato, então, coloca ainda mais centralmente a necessidade de termos como pauta a luta contra a reforma da previdência.

Junto a isso, em tempos de Damares Alves com seu absurdo reacionarismo através de campanhas pela abstinência sexual que busca reprimir a juventude negligenciando políticas de prevenção, e de declarações como a de Bolsonaro de que pessoas com HIV são despesas no país, não podemos retroceder nenhum passo: é necessário defender nossa histórica pauta do aborto legal, seguro e gratuito. A interrupção de gravidez indesejada afeta principalmente mulheres negras e pobres, que não têm dinheiro para pagar médicos caros e procedimentos mais seguros, e que acabam perdendo suas vidas. Não podemos aceitar! Por isso, para que nenhuma pessoa que possui útero e queira interromper uma gravidez continue morrendo, defendemos: educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar, e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!

Por fim, o 8 de março ocorre quase uma semana antes da data que marcará dois anos do brutal assassinato de Marielle Franco, mulher negra e LGBT que teve sua vida arrancada, o que segue sendo uma ferida aberta do golpe institucional. Seguimos defendendo uma investigação independente sem dar nenhum voto de confiança às instituições que levam todo esse processo e vemos essa luta como central, pois ainda não sabemos quem são os mandantes do crime e não esquecemos, nem perdoamos o que aconteceu. Nesses marcos, apoiar a greve dos petroleiros só fortalece as batalhas das mulheres, pois é uma categoria estratégica desafiando o governo Bolsonaro. Essa foi a batalha que nós do Pão e Rosas demos na reunião de Campinas, propondo no fim a foto em apoio à greve.

Em cada local do país que estamos vamos dar essa batalha, depositando todas as nossas energias para seguir acompanhando a greve que está sofrendo uma absurda repressão do TST, e colocando o Esquerda Diário como um portal de notícias à serviço de ser uma voz desses trabalhadores.

Veja mais: A greve dos petroleiros na voz dos próprios trabalhadores




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