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Em meio ao coronavírus, crescem em 226% as mortes por dengue no Brasil

Em plena pandemia do coronavírus, o Brasil ainda precisa se enfrentar com o aumento dos casos na epidemia da dengue. Com mais de 40.000 casos registrados de coronavírus e 2.000 mortes no país, temos o escandaloso aumento de 129% dos casos de dengue em relação à mesma época do ano passado, ao mesmo tempo que o número de mortes pela dengue teve um aumento de 226%. São 525.381 casos prováveis de dengue registrados somente nas primeiras 14 semanas de 2020, com 181 mortes provocadas pela doença. Esses dados escancaram que o capitalismo é uma máquina de produzir doenças e não conseguir resolvê-las.

terça-feira 21 de abril de 2020 | Edição do dia

Dentro desses dados, precisamos levar em conta que sem a existência de testes massivos para toda a população, o real panorama de como está a situação da pandemia no país fica completamente turvo.Estudos já apontam que os casos no Brasil podem ser até 15 vezes maior do que os divulgados. Agora, com esse aumento escandaloso nos casos de dengue a situação se agrava. As duas doenças em questão possuem sintomas iniciais muito parecidos, como febre, mal estar e dor muscular, sendo facilmente confundidas. No país em que apenas aqueles que apresentam os sintomas graves estão sendo testados, abre-se margem para o agravamento dos quadros de pacientes tanto com coronavírus quanto com dengue, já que nem um nem outro será tratado adequadamente desde o começo.

O aumento de casos de dengue, bem como o incontrolável adoecimento da população por coronavírus evidenciam um sistema em decadência que é incapaz de manter saudável a população. Se compararmos as políticas levadas a frente no combate à dengue com as políticas de combate ao coronavírus, percebemos uma constante na política burguesa. Tanto uma como a outra busca empurrar para a população a culpa pela contaminação enquanto se livram de resolver profundamente o problema sanitário. No caso da dengue essa culpabilização se dá através do acúmulo de água em casa, nas plantas ou nos pneus, por exemplo, ignorando os 48% da população que vivem sem saneamento básico, largados para viver à margem de esgotos à céu aberto que são os verdadeiros focos de dengue. Já no caso do coronavírus, culpabilizam aqueles que não fazem quarentena enquanto tratam com descaso as milhões de pessoas que precisam continuar trabalhando sem o mínimo de proteção à saúde. Ou seja, para de fato resolver essas situações é preciso que se coloque toda tecnologia criada à serviço de viabilizar uma vida digna para toda a população, com moradia, saneamento básico, EPIs para se proteger do coronavírus e testes massivos para que todos tenham o direito elementar de saber se estão contaminados ou não.

Contudo, essas soluções não serão proporcionadas pelos capitalistas, que mostram a cada dia nessa crise que o lucro está acima das nossas vidas. Seja pela via negacionista de Bolsonaro e seus seguidores ou pela via da quarentena irracional e sem testes seguida por Mourão, Rodrigo Maia e os governadores. Não podemos confiar em nenhum desses golpistas que estão nos deixando adoecer sem mesmo saber qual a causa. Precisamos ter acesso ao número real de casos de coronavírus através de testes massivos, para ser possível oferecer o tratamento adequado. Para isso é urgente que os trabalhadores se organizem para tomar o controle das fábricas e indústrias e assim girar toda produção para a criação de EPIs, testes e respiradores. Que os estudantes junto dos trabalhadores possam mapear os prédios inutilizados nas grandes cidades para que abriguem com moradia digna todos aqueles que necessitam e são os mais afetados pelas doenças, bem como sejam ocupados os hotéis vazios para que se construam mais leitos. Se os capitalistas se mostram incapazes de resolver essa crise, os trabalhadores precisam decidir o rumo que vamos seguir, já que são os únicos profundamente capazes de dar uma resposta à altura.




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