Mendonça é advogado-geral da União e também pastor evangélico, e defendeu em abril a abertura das igrejas, colocando os interesses da bancada da bíblia acima da saúde de milhões de brasileiros. Bolsonaro chegou a falar que quer Mendonça realizando orações em sessões do STF.
terça-feira 28 de setembro de 2021 | Edição do dia
Bolsonaro não larga o osso de sua base evangélica, pelo contrário, pretende ampliá-la cedendo cadeiras importantes, como essa no STF, ainda mais no momento em que país atravessa uma “transição religiosa” onde há declínio de católicos e ascensão de evangélicos.
Nesse sentido, Bolsonaro já afirmou à Jovem Pan que caso não aceitem Mendonça como ministro do STF, ele escolherá outro evangélico para indicar. Mendonça foi escolhido em julho por Bolsonaro, mas o presidente do CCJ do Senado, Davi Alcolumbre, vem travando a sabatina há mais de 70 dias. A previsão é que votação seja dia 13 de outubro.
Em outra parte da entrevista Bolsonaro afirmou que Mendonça é “o melhor nome dentro daquele compromisso que eu fiz de indicar o terrivelmente evangélico”. E deixa claro que o compromisso é avançar com os ataques aos trabalhadores e indígenas ao falar que deseja que o novo ministro do STF trate de pautas de “economia, como o marco temporal”.
Tanto Bolsonaro, as presidências passadas, quanto o congresso e o STF realizam as mais absurdas regalias para as igrejas, como o perdão da dívida de R$1 bi das igrejas, isenções, incentivos e uma bancada só para eles, em troca de apoio eleitoral, esquemas de dinheiro e ataque à classe trabalhadora, enchendo os bolsos das igrejas e empresários enquanto os trabalhadores amargam a morte, a fome e o desemprego. Bolsonaro quer mais um aliado para seguir os ataques que vem fazendo junto ao Congresso, ao STF e a grande mídia.
Veja também:
A cruzada reacionária da extrema direita de Bolsonaro e das igrejas sobre nossos corpos