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Forças Armadas | Em carta, militares condenam "excessos" mas legitimam atos bolsonaristas

Os comandantes das Forças Armadas se manifestaram hoje (11) em carta, condenando "eventuais excessos cometidos em manifestações’’. A declaração é assinada pelo almirante Santos (Marinha), pelo general Gomes (Exército) e pelo tenente-brigadeiro do ar de Baptista Junior (Aeronáutica).

sexta-feira 11 de novembro de 2022 | Edição do dia

Texto publicado e assinado pelos comandantes das três forças armadas, cita a Constituição de 1988 e os direitos de ir e vir, se afastando dos bloqueios. Em determinado trecho, e em outras partes, entretanto se refere ao Povo e ao legítimo direito de manifestação para legitimar os atos bolsonaristas e os militares eleitos ao legislativo.

Carta faz parte das declarações das Forças Armadas sobre esse processo eleitoral e a política em geral do país, desde o golpe de 2016. Ontem (10), sobre o processo eleitoral as F.A não fizeram nenhuma afirmação taxativa de que houve fraude, mas ao mesmo tempo deixaram em aberto sobre possibilidades.

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Essa reacionária força, que atuou tutelando as eleições, balizada pelo TSE de Alexandre de Moraes agora age com objetivo de continuar como “moderadora” do regime, se re-localizando frente ao novo governo eleito, da chapa Lula-Alckmin. E competindo com o judiciário. Carta não é expressão de derrota do bolsonarismo, mas expressão de uma instituição pilar do bolsonarismo mantendo sua voz no regime.

Desde o golpe de 2016, com Temer assumindo o comando do executivo, os militares passaram a recuperar papel de protagonismo na política nacional, chegando em 2022 com mais de 8 mil militares no quadro de funcionários do executivo. Embora os militares buscam se afastar dos bloqueios, ela autoriza as ações bolsonaristas quando parte de deixar um questionamento em aberto sobre o processo eleitoral na medida que além do relatório, considera as manifestações legítimas, com intuito de preservar essa base bolsonarista para manter sua voz no regime.

O governo eleito de Lula-Alckmin, com sua equipe de transição, diz que não há tempo para vingança com o bolsonarismo. Nem poderia. Foi parte nos primeiros governos Lula de realçar, os hoje generais aliados ao bolsonarismo à política, com a operação no Haiti e as operações policiais no Rio de Janeiro.

Para saber mais: Bonapartismo judicial e militar, uma disputa entre irmãos




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