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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER | Em Hortolândia, PM é preso por estuprar sobrinha de 15 anos

Grazieli RodriguesProfessora da rede municipal de São Paulo

sábado 7 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Policial Militar de 35 anos, da 4° companhia em Hortolândia, é preso por estuprar a sobrinha de 15 anos em Junho de 2016 e, após as denúncias, ameaçar de morte a irmã e sua família se não retirassem a queixa.

Na manhã dessa última quinta-feira, quase seis meses depois da violência sexual, a sobrinha do policial presta queixas na delegacia. Desde o início de 2016, o PM vem se insinuando para a sobrinha, perguntando sobre a sua virgindade, coagindo-a para assistir vídeos pornôs e em Junho, ele a levou para sua casa e a estuprou, usando sua arma para ameaçá-la.

Após a denúncia, o policial com medo de perder seu posto, liga para a casa de sua irmã para ameaçá-la e para que se retirem as denúncias imediatamente, senão ele mataria todas elas. O mesmo que a irmã considerava como um pai para a sua filha e tinha acesso a casa como tal, inclusive tendo as chaves da residência.
As denúncias foram feitas pela irmã do PM, que após as ameaças recorreu novamente as denúncias e ele foi preso em flagrante horas depois de prestar a ocorrência. E segundo os policiais ele será investigado pelo regime interno da corregedoria, famoso por acobertar os "irmãos de farda".

A violência contra a mulher segue com dados escandalosos no estado de São Paulo e em todo o mundo. No estado em 2016, foram 46 casos registrados de feminicídio. O que só ajuda a evidenciar como todo essa estrutura patriarcal do sistema capitalista que reserva para as mulheres os piores postos de trabalho, assim como uma baixa remuneração, além do lugar de objeto, ao lugar de posse dos homens, que se sentem completamente legitimados por um Estado que fecha os olhos sempre para esse tipo de violência. São inúmeros os relatos das mulheres que não denunciam porque na delegacia são completamente rebaixadas e questionadas sobre veracidade do caso, se ela não estava vestindo uma roupa que legitima a ação de violência, legitima casos como esse ou o de Isamara na virada do ano. Questionamentos que partem de PMs como esse e de tantos outros cuja prática da violência doméstica é cotidiana.

Casos como esse seguem aumentando e é preciso que nós mulheres, ao lado daqueles homens que apoiam nossa luta, tomemos as ruas de todo o país como nessa última quinta em Campinas para dizer basta ao feminicídio e a violência contra a mulher. Assim como na Argentina, temos que dizer: nem uma a menos!




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