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SEGUNDO TURNO | Em Contagem e Belo Horizonte, preparar a luta contra os governos de direita

Nas eleições em Contagem a direita saiu fortalecida eleitoralmente com uma contundente derrota do PCdoB de Carlin Moura na cidade. O candidato golpista do PSDB, Alex de Freitas, teve 72,96% dos votos, contra os 27,04% dos votos de Carlin Moura. Já em Belo Horizonte, a disputa acirrada foi entre direita e direita, e quem levou foi Alexandre Kalil, o candidato "não político, mas gestor" do PHS.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

domingo 30 de outubro de 2016 | Edição do dia

Em Contagem, ambos os candidatos buscaram criar uma identidade contra a política tradicional. Porém, a estratégia pesou contra Carlin, que fez um mandato contrário aos direitos da educação na cidade e reprimiu a greve de professores da rede municipal, o que foi determinante para sua derrota. Sequer aglutinar políticos petistas a golpistas em seu apoio, desde Marília Campos do PT até Jander Filaretti e Newton Cardoso do PMDB, conseguiu salvar sua reeleição.

Alex de Freitas buscou aparecer como nova figura na política, escondendo que foi o candidato de Aécio Neves na cidade e de ter sido parte do gabinete de Carlin Moura ocupando o cargo de Secretário do Desenvolvimento, rompendo com Carlin apenas devido a sua candidatura.

Diferente do Rio de Janeiro, as lutas contra os ataques do governo golpista de Temer não se expressaram eleitoralmente, o que mostra o fracasso do PCdoB em lutar contra a direita. O PCdoB em Contagem seguiu os caminhos do PT, grande derrotado nas eleições nacionalmente, pois juntos abriram espaço para a direita se fortalecer nas eleições.

Belo Horizonte: Kalil vence com 52,9% dos votos válidos e Aécio “perde em casa” em eleição com dois candidatos de direita

Na capital Belo Horizonte a eleição foi disputada por dois candidatos golpistas da direita. Por um lado João Leite do PSDB, que era o candidato de Aécio Neves. Do outro, o empresário da construção civil e ex-presidente do Clube Atlético Mineiro, Kalil, do PHS (mesmo partido que prefeito milionário eleito em Betim Vittorio Medioli), que foi eleito também com o “discurso antipolítica”.

Apesar de ter sido uma eleição que contou com um certo sentimento “anti-PSDB” (inclusive com a adesão de PT e PCdoB à campanha do PHS), com a vitória de Kalil, que após vencer disse que vai procurar também o PMDB e Michel Temer, Belo Horizonte segue a tendência nacional de fortalecimento eleitoral da direita, combinada com um número de abstenções, brancos e nulos cuja soma ultrapassa a quantidade absoluta de votos do primeiro colocado neste segundo turno. A derrota de Aécio Neves em BH também foi um fator a ser observado.

Para enfrentar os governos de direita de Alex de Freitas do PSDB e de Kalil do PHS, que estão por vir em Contagem e BH, devemos seguir o exemplo dos estudantes, ao ocupar faculdades e escolas para lutar contra a PEC 241 e a MP 746, como fazem os estudantes da UFMG e de diversas escolas em Belo Horizonte e da escola Helena Guerra em Contagem, nos mobilizando também desde os nossos locais de trabalho e estudo.

As grandes centrais, como a CUT e a CTB, devem romper sua trégua com o governo federal golpista, assim como a sua subordinação ao governo de Pimentel do PT, e movimentar as grandes bases de trabalhadores como de professores, metalúrgicos, petroleiros, bancários, desde a base, permitindo que os trabalhadores se unam à juventude que luta e ocupa as escolas e entrem em cena para derrotar os ataques dos governos.




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