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ELEIÇÕES 2016 | Eleições: Milhares de escolas ocupadas por um lado, por outro lado, candidatos milionários

No segundo turnos das eleições municipais apesar da tentativa da mídia e do TSE de criar um clima de harmonia e “festa da democracia”, as ocupações de escolas contra a PEC241 e a Reforma do Ensino Médio mostram a verdadeira cara da “democracia” brasileira com candidatos milionários dos quais a grande maioria base do governo Temer que esta atacando duramente os direitos dos trabalhadores e da população.

Isabel Inês São Paulo

domingo 30 de outubro de 2016 | Edição do dia

Em pelo menos cinco estados o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisou modificar os locais de votação e reorganizar o processo eleitoral por conta da luta dos estudantes que estão ocupando as escolas contra a PEC241 e a Reforma do Ensino Médio. Em Pernambuco, Paraná, Goiás e Espírito Santo são 245 escolas ocupadas que foram necessário transferir o local de votação, sendo dessas 206 no Paraná onde o processo de luta esta mais avançado. Já em Minas gerais, em sete escolas ocupadas que haveria eleições, houve um acordo entre a Justiça Eleitoral mineira, o Ministério Público, o Poder Executivo Estadual e o movimento estudantil secundarista pela coexistência.

Já são mais de mil escolas e universidades ocupadas pelo país, mostrando que apesar do fortalecimento superestrutural da base do governo Temer, desde o primeiro turno e que deve aumentar nesse segundo turno, esse giro a direita “nas alturas” não significa um processo absoluto e sem resistência. Pelo contrario a expressiva votação nulo e branco mostra o descontentamento de grande parte do eleitorado com os partidos tradicionais, e as ocupações são parte ativa desse descontentamento que passam do rechaço nas urnas, para a ação de resistência aos ataques.

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, comentou as mudanças dos locais neste sábado, "Acho que é legítimo que se façam protestos, mas é preciso respeitar direitos que devam ser exercidos. É preciso que haja a devida medida e temos que pensar isso de uma maneira crítica", disse. O discurso de Gilmar, mostra que é impossível ignorar as ocupações, provando a força dos estudantes na política nacional. Mas seu tom de dialogo com a legitimidade do protesto, não passa de palavras para a mídia, vide a série de repressões e reintegrações truculentas feita pela polícia em distintas cidades.

Por outro lado o “respeito aos direitos” de Mendes, discurso usual do governo e do judiciário, é um direito parcial e interessado. Uma vez que são os mesmo que falam em direitos que estão aplicando a reforma trabalhista, a reforma da previdência, a PEC241 e a reforma do ensino médio, todas medidas que ferem os direitos a emprego digno, ao envelhecimento com saúde e aposentadoria e o direito a juventude a educação e a cultura. Além da última medida do judiciário que visa impedir o direito de greve ao funcionalismo público. Ou seja, alem de quererem retirar direitos elementares da população, ainda lhes restringe o direito ao protesto e a greve.

Dessa forma o “direito ao voto” chamado pelo presidente do TSE, é na realidade uma via de mão dupla, por um lado um esforço do judiciário, governo e mídia de represtigiar as eleições e o governo após o desgaste causado pelo golpe institucional. Por outro, e ligado ao primeiro, de garantir que as eleições ocorram bem para consolidar uma base de direita e golpista na prefeitura da maioria das cidades brasileiras, e assim ganhar força para os ataques.

Em meio a crise de representatividade, e a série de candidatos de direita e milionários, os estudantes vem mostrando um exemplo de luta e resistência, que representa, eles sim, os interesses políticos e sociais de grande parte da população, dos trabalhadores e da juventude. Que querem ter direito a saúde, educação, trabalho e ao futuro, e não “morrer de trabalhar” para enriquecer banqueiros, Juízes e políticos que ou são empresários ou governam para estes.




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