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CORONAVÍRUS | Edvânia presente: com surto de Covid no bandejão da Unicamp, trabalhadora terceirizada morre

Edvânia Oliveira, copeira no Restaurante Universitário da Unicamp, faleceu ontem (9), vítima da Covid-19. Edvânia estava trabalhando presencialmente, em rodízios. Edvânia presente! Expressamos nossa solidariedade aos familiares e amigos e exigimos providências da Reitoria da Unicamp contra essa situação.

quarta-feira 10 de março de 2021 | Edição do dia

Ontem, novamente, batemos recordes de mortos no país, com uma morte a cada 43 segundos, e no estado de São Paulo, com 517 mortes. Essa situação é de responsabilidade da política negacionista de Bolsonaro, Mourão e Pazuello, mas também do regime golpista, com Doria como um de seus representantes.

Na Unicamp, em mensagens que circulam entre trabalhadores, afirmam estar havendo um "surto de Covid" no restaurante. As mais afetadas, evidentemente, são as trabalhadoras terceirizadas, contratadas em regime Funcamp (Fundação privada da Unicamp), em sua maioria mulheres negras, que garantiram o funcionamento do bandejão durante toda a pandemia, com menos direitos e precarização do trabalho.

Na semana do 8 de Março, trata-se de mais um falecimento de uma melhor negra, que veio sustentando a Unicamp com seu trabalho. Outros três trabalhadores testaram positivo. Como escrevemos ontem, Edvânia é mais uma vítima,junto à Lurdes, que também era trabalhadora Funcamp, foi demitida na pandemia e faleceu nesta semana, com problemas respiratórios que agravaram o quadro e eram decorrência de produtos químicos no Restaurante Universitário. Outros três trabalhadores testaram positivo.

Em nota, a Reitoria alega que estaria executando um rodízio no restaurante e que as trabalhadoras contaminadas não teriam ido à universidade desde o dia 25 de Fevereiro. Pelo tempo da doença, é possível que a contaminação tenha se dado, sim, no local de trabalho. Como os governos e as reitorias não estão garantindo testes massivos como método de identificar o vírus, e sim somente após a detecção dos sintomas, esse argumento serve somente para isentar as autoridades da universidade de responsabilidade, enquanto as trabalhadoras se expõem, contaminam-se e morrem. Pelo contrário, com discursos contra o negacionismo e pela defesa da ciência, a reitoria está expondo as trabalhadoras ao risco.

Evidentemente, a garantia de alimentação aos estudantes bolsistas que precisam desse direito nesta situação crítica é uma demanda essencial na pandemia, mas a forma como isso pode se dar, sem expor as trabalhadoras, com garantia de licenças remuneradas e todos os direitos, junto a auxílios, mostra-se fundamental em um momento de agudização da pandemia.

Como estudantes, temos que nos solidarizar com a situação das trabalhadoras terceirizadas e exigir providências da reitoria. Diante da anti-democrática consulta em que as terceirizadas não têm voz alguma, mostrando seu lugar na universidade para as reitorias, nos colocamos lado a lado. Lurdes e Edvânia presentes em cada uma das nossas lutas!

Chamamos às entidades estudantis e ao STU, especialmente o DCE, a repudiarem e atuarem quanto a essa situação.




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