Trabalhadores das Clínicas da Família descobrem que estão sendo enganados pela empresa pública Rio Saúde, que não vem fazendo o repasse junto ao INSS.
quinta-feira 10 de fevereiro de 2022 | Edição do dia
Foto: Beth Santos
A Rio Saúde, empresa pública da cidade do Rio, de responsabilidade do prefeito Eduardo Paes, que como um bom apoiador das reformas trabalhistas de Bolsonaro e Guedes não vem tendo o mínimo de respeito com os trabalhadores.
Os trabalhadores denunciam que apesar de serem descontados todos os meses nas folhas de pagamento os valores não teriam sido repassados ao INSS. Relatam também que profissionais foram afastados por doença e quando chegaram ao INSS tiveram o acesso negado por não constar o repasse da Prefeitura, um tremendo absurdo.
"Uma colega quebrou o pé, teve que voltar a trabalhar pois já estava dois meses em casa e não consegui auxílio pelo INSS por falta de pagamento, no entanto todos os meses somos descontados", desabafou um trabalhador.
Esses profissionais foram contratados a dois anos, ainda na gestão Crivella. O contrato de dois anos que poderia ser renovado por mais um ano se encerra agora, no próximo dia 20/02, sem prorrogação. Durante toda a pandemia, esses foram profissionais que estiveram na linha de frente, prestando os cuidados primários à população e é isso que vão receber em troca de arriscar suas próprias vidas e dos familiares que convivem.
O SINDACS RJ, Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, emitiu uma nota em que relata uma informação da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de que "esses trabalhadores serão realocados nas OSs(Organizações Sociais que administram unidades de saúde) de cada AP, não permanecendo na Rio Saúde".
Foram feitas promessas de que todos os direitos seriam garantidos e que logo teríamos um cronograma de pagamento, além de um novo salário de 2200 reais. Porém nada foi dito sobre as denúncias pelo direito ao INSS.
A Rio Saúde mostra o tamanho da contradição onde trabalhadores de uma empresa pública sofrem da precarização do trabalho que é cada vez mais gritante. Algo muito longe de ser uma resposta positiva frente a situação das OSs.
Por isso defendemos a efetivação desses trabalhadores que durante toda a pandemia estiveram na linha de frente sem EPIs, com atrasos de salários e em condições precárias. São trabalhadores de um setor que já provaram ter condições de ajudar a população no atendimento primário à saúde sem precisar de concurso ou processo seletivo.
💬 Quer denunciar? Mande seu relato para +55 11 97750-9596
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