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CORONAVÍRUS E LUTA DE CLASSES | EUA: Trabalhadores da limpeza de Nova Orleans fazem greve

Os trabalhadores de limpeza de Nova Orleans entraram em greve no dia 5 de maio. Exigem equipamento de proteção e de manuseio perigoso.

terça-feira 12 de maio de 2020 | Edição do dia

Com longas jornadas de trabalho, baixos salários e uma falta quase total de equipamentos de proteção adequados, a situação dos trabalhadores de limpeza de Nova Orleans é típica para muitos trabalhadores essenciais durante a pandemia do coronavírus. Enquanto que os capitalistas e os políticos elogiam os valentes “heróis” da primeira linha, não estão pagando estes trabalhadores pelo risco ou equipamento de proteção individual (PPE na sigla em inglês).

Isso significa, para usar as palavras de uma enfermeira de Nova Iorque, que os trabalhadores estão sendo “martirizados sem consentimento”. É por isso que os trabalhadores de limpeza de Nova Orleans entraram na sua segunda semana de greve esta semana.

Os trabalhadores de limpeza exigem equipamentos de proteção e pagamento pelos riscos (NdT: adicional de insalubridade). Um trabalhador disse que os grevistas queriam que seus empregadores “nos dessem melhores equipamentos e nos pagassem melhor, porque nossos horários são muito longos e faz muito calor aqui fora”. Os trabalhadores também falaram sobre como a jornada de 12 horas que estão trabalhando atualmente, pela qual frequentemente são pagos com atraso, como os caminhões estão em mal estado e literalmente deixam escorrer produtos químicos em cima dos trabalhadores e como a crise do coronavírus (que tem deixado muitos em casa) aumentou a quantidade de lixo pela qual são responsáveis por lidar.

Quando a greve se iniciou na terça-feira, seus empregadores, o Grupo de Serviço Metro, se negou a negociar e, em vez disso, os trancou para fora de seu local de trabalho. O prefeito de Nova Orlean, em um comunicado, jogou a culpa na Metro, alegando que era sua obrigação oferecer aos seus trabalhadores o equipamento de proteção necessário.

Os informes mostram que os trabalhadores em greve foram contratados através de um serviço de vínculo temporal chamado PeopleReady, que publicou recentemente um chamado de contratação para trabalhadores de limpeza, presumivelmente para atuar como fura-greves. Ironicamente, a página oficial do Facebook da PeopleReady apresenta várias publicações que enaltecem os trabalhadores essenciais e dão conselhos sobre como se manter seguro no trabalho.

Esta hipocrisia revela as mentiras dos capitalistas. Querem louvar os trabalhadores essenciais com propagandas digitais, aplausos e outdoors espetaculares, mas quando chega o momento de compensar e proteger seus trabalhadores, se negam, ignoram ou demitem os trabalhadores que protestam. Os patrões querem apresentar a crise atual como se estivessemos todos no mesmo barco, mas nada poderia estar mais distante da realidade. É a classe trabalhadora (muitos dos quais são negros ou brown) que arriscam suas vidas durante esta crise, e é a classe trabalhadora que nos tirará dessa crise.

Os capitalistas e seus políticos nos tem mostrado que não tem respostas. Não podem lidar com a atual crise sanitária e não poderão lidar com a crescente crise econômica. Os valentes grevistas em Nova Orleans nos mostram o caminho a seguir, assim como os trabalhadores da Amazon, os da atenção à saúde, e das fábricas em todo os EUA, nos tem mostrado a resposta: devemos lutar contra os capitalistas.
Tentam, em cada passo, fazer com que paguemos por esta crise. Não pagaremos por uma crise criada pelo capitalismo. Os trabalhadores de todo o país e do mundo devem se unificar e lutar contra cada ataque capitalista.

Publicado originalmente no Left Voice.




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