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BLACK LIVES MATTER | EUA: Sindicatos exigem justiça para George Floyd

Sindicatos em todo o país emitiram declarações condenando o assassinato de George Floyd, mas declarações não são o suficiente. Para derrotar a violência racista policial precisamos de um movimento operário combativo, disposto a fazer greve por justiça.

domingo 31 de maio de 2020 | Edição do dia

Sindicatos e membros da base de sindicatos em todo o país tem se colocado em solidariedade com aqueles que se manifestam contra a violência policial em Minneapolis e em outros estados dos Estados Unidos. Desde que as manifestações contra o assassinato brutal de Goerge Floyd começaram na quinta-feira, uma série de sindicatos nacionais e locais publicação fortes declarações contra a violência policial e o racismo, enquanto outros romperam com os sindicatos policiais ou até mesmo se recusaram a cooperar com a polícia.

Em Minneapolis, pelo menos dois sindicatos locais tomaram fortes posições contra o assassinato de Floyd e em apoio dos manifestantes. De acordo com o Socialist Resurgence, o sindicato Unite Here Local 17, que representa trabalhadores de hotéis, restaurantes e aeroportos na cidade, foi um dos primeiros a pronunciar-se, dizendo inequivocamente que estavam ao lado do movimento Black Lives Matter.

“Nos solidarizamos com a família de George Floyd. nós exigimos justiça por George Floyd. Nós exigimos um basta para a violência desnecessária pelas mãos daqueles que prometeram nos “proteger e servir”... Nosso sindicato fica ao lado da justiça. Nosso sindicato apoia o #blacklivesmatter.”

Somando-se ao sindicato Unite Here, o Minneapolis Amalgamated Transit Union (ATU 1005), sindicato de trabalhadores do setor de transportes, soltou uma forte declaração de solidariedade. Publicada três dias depois da morte de Floyd, ATU 1005 fez um chamado para um novo movimento por direitos civis de braços dados com o movimento operário:

A brutalidade policial é inaceitável! O sistema falhou com todos nós da classe trabalhadora desde o coronavírus até a crise econômica que estamos enfrentando. Mas, o sistema falhou com as pessoas de cor (não brancos) e Americanos negros e a juventude negro mais que com qualquer outro. Mais do que nunca nós precisamos um novo movimento por direitos civis. Um movimento por direitos civis que se junte com o movimento trabalhista e independente dos partidos políticos do establishment corporativo”.

Concluindo com a demanda: “Nem um a mais! Justiça para George Floyd”, essa carta foi seguida por um verdadeiro ato de solidariedade da classe trabalhadora na última sexta (29), quando os motoristas de ônibus recusaram-se a cooperar com as tentativas da polícia de comandar seus ônibus e forçá-los a levar manifestantes para a prisão. Essa ação foi repitida em Nova York, na sexta-feira, quando motoristas de ônibus similarmente recusaram a cooperar com a polícia para levar manifestantes para prisão.

Outros sindicatos pelo país publicaram declarações similares denunciando o assassinato de Floyd, incluindo o sindicato de enfermeiras, National Nurses United (NNU), e o dos operários da indústria metalúrgica, United Steel Workers (USW), que soltou uma declaração que coloca: “Em momentos como esse, nós do movimento operário não podemos ficar em silêncio e devemos expressar nossa indignação coletiva sobre esse assassinatos brutais.”

Por sua parte, Sara Nelson, a popular líder do sindicato de comissários de bordo, Association of Flight Attendants (AFA-CWA), que ajudou a acabar com a paralisação do governo em 2019, ofereceu condolências, embora uma condenação menos militante do assassinato de Floyd e da história do racismo nos EUA.

Todas essas reações são um desenvolvimento bem-vindo, e fortemente demonstra que a classe trabalhadora está unida na resistência aos cruéis ataques do Estado contra trabalhadores de cor. Contudo, tais ações claramente não são suficientes. As militantes - mas isoladas - recusas de motoristas de ônibus e Nova York e Minneapolis mostram que o poder latente do movimento operário é grande, e a robusta e militante intervenção do movimento operário nesse estágio da luta poderia significativamente mudar o terreno no qual a classe trabalhadora está lutando.

Agora é o momento para que o movimento operário organizado mais uma vez mover seus músculos e forçar um acerto de contas com os assassinatos policiais. Através da construção de comitês dentro e através de seus sindicatos e comunidades para lutar contra o racismo e a violência policial, trabalhadores do trânsito, enfermeiras, coletores de lixo, e outros trabalhadores municipais em Minneapolis podem pressionar suas lideranças a fazer suas declarações publicadas passarem à ações coordenadas reais. Esses trabalhadores possuem o poder de solidarizar-se aos manifestantes através da paralisação de todos os serviços essenciais e conduzir um greve por toda cidade de todos os trabalhadores, sindicalizados e não sindicalizados, empregados e desempregados.

Medidas como essa, multiplicadas por sindicatos pelo país, poderia não só garantir justiça para George Floyd e para todos os manifestantes espancados e presos pela polícia de Minneapolis desde quinta-feira, mas forçar o establishment a finalmente levar a sério a impregnada e sistêmica natureza da violência policial racista nos Estados Unidos. Enquanto não haver soluções permanentes para o racismo sob o capitalismo, o movimento operário tem o poder de forçar as cidades e estados para drasticamente cortar os orçamentos policiais, para demitir e prender policiais assassinos e racistas, e expulsar os policiais de nossos sindicatos. Isso e muito mais pode ser ganho através de um movimento operário combativo. É o dever de cada trabalhador em cada local ajudar a construir sindicatos combativos para as lutas pela frente.




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