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BANCÁRIOS | É urgente que o Sindicato de Bancários de SP organize a luta contra Bolsonaro

Herdeiro da ditadura militar assassina e, pouco antes do 1º turno, se tornando abertamente o candidato praticamente unânime do judiciário golpista, das maiores patronais do país e do mercado financeiro, Bolsonaro vem se fortalecendo como o favorito à presidência do país. Chegou até onde chegou propagando seu discurso misógino, machista, racista e homofóbico que desperta o que há de mais covarde em sua base social mais direta, o que contribui para insuflar seus seguidores a praticar incontáveis agressões e ataques contra as mulheres, negros, indígenas e LGBTs, que levou também ao covarde assassinato do capoeirista Mestre Moa do Katendê.

As maiores patronais do país e o mercado financeiro internacional mostram que querem “ver sangue” de trabalhador brasileiro quando definem esse candidato para chamar de seu nessas eleições manipuladas. Bolsonaro é o favorito destes setores por seu violento perfil anti-trabalhador, o qual o candidato tem buscado disfarçar com demagogias para conseguir se consolidar e ampliar sua influência também entre os setores de trabalhadores.

Veja também: Bolsonaro na TV: demagogia para esconder seu autoritarismo e seu programa ultraneoliberal

Mas cabe aqui uma pergunta importante, cuja resposta pode ser valiosa para o pós-eleições: será que todos os trabalhadores que hoje pretendem votar no Bolsonaro são favoráveis a trabalhar até morrer? São favoráveis ao fim de seu 13º salário e adicional de férias? São favoráveis à Carteira de Trabalho Verde-Amarela que será a pá de cal sobre seus direitos trabalhistas mais elementares?

Mas muito antes de contar com a possibilidade dessa resposta...

Se apoiar no rechaço a Bolsonaro para organizar e preparar forças para os embates além das eleições

Contra tudo o que Bolsonaro representa, tem começado a surgir espontaneamente em diversos lugares a disposição e reunião de quem não quer ser espectador da escalada de ataques. Nas universidades já são diversos os exemplos de assembleias e comitês que estão se formando para lutar contra Bolsonaro.

Porém, a realidade já aponta que essa disposição não pode se contentar com apenas a estratégia eleitoral como faz o PT que, alimentando também a ilusão no judiciário, não foram capazes de impedir os avanços do golpe, que agora prossegue pela via dessas eleições manipuladas. As declarações golpistas de Mourão e Bolsonaro, saudosos da ditadura, e os ataques e agressões de seus seguidores deixam muito claro que esse combate não será apenas nas urnas.

Nós, do MRT e do Esquerda Diário, estamos lado a lado de quem busca derrotar o Bolsonaro nas urnas, e votaremos criticamente no PT neste 2º turno, sem dar nenhum apoio político e sem deixar de denunciar que o PT também abriu espaço para esse fortalecimento da extrema-direita, quando aceitou fazer acordos e pactos com os capitalistas e a direita, às custas de impor freiosà organização e às demonstrações de força dos trabalhadores. O rechaço à Bolsonaro e a disposição que ainda está dispersa nos locais de trabalho, de estudo, nos bairros, precisa ser canalizada para o terreno da luta de classes, para além das urnas.

O que a CUT e CTB estão esperando para pôr em movimento a força organizada dos trabalhadores através dos sindicatos que dirige?

Diferente da disposição que já começa a se organizar em diversos lugares, a CUT dirigida pelo PT de Haddad e a CTB dirigida pelo PcdoB de Manuela D’Avila, ao não colocarem em movimento a estrutura dos sindicatos que dirigem (alguns dos maiores e mais estratégicos do país) a serviço de organizar a disposição que existe, parece que aceitam ser meros espectadores dos ataques de Bolsonaro aos trabalhadores. Ataques que ameaçam, inclusive, os privilégios de seus próprios dirigentes sindicais que há muito se encastelaram nas entidades que deveriam ser linha de frente dos interesses dos trabalhadores.

Na última campanha salarial da categoria bancária, que ocorreu ao longo de julho e agosto deste ano, as direções sindicais vinculadas à CUT e CTB frearam a importante disposição de luta da categoria. Não organizaram nenhuma medida de luta ao longo das negociações com a Fenaban (principal redatora da Reforma Trabalhista) e mais uma vez a categoria em um momento decisivo, buscando alimentar a resignação e usando o próprio golpe e seus desdobramentos como um argumento para não lutar. Um dia após o fechamento sem luta da campanha salarial por exemplo, não parece ter sido nada ao acaso a aprovação pelo STF da terceirização irrestrita.

A cada passo atrás das direções sindicais quem se fortalece é a direita, quem se fortalece são os setores patronais, do golpe e do judiciário que hoje estão reunidos pela candidatura de Bolsonaro. Portanto, quando esta candidatura vai ganhando peso em setores cada vez maiores de trabalhadores é no mínimo escandaloso que as centrais vejam isso acontecer sem fazer absolutamente nada, ou quando muito se reduzindo a ações eleitorais.

Comitês de base com trabalhadores efetivos e terceirizados. Se apoiar na força das mulheres que impediram Bolsonaro ganhar em 1º turno

A primeira pesquisa Datafolha após o 1º turno mostrou o fortalecimento da candidatura de Bolsonaro em praticamente todos os segmentos. No entanto, em entrevista à GloboNews, o diretor do Instituto Datafolha, reconheceu que o que impediu Bolsonaro de levar a eleição em 1º turno foram os votos das mulheres, principalmente as que ganham até 2 salários mínimos, ou seja, uma maioria de mulheres negras que formam grande parte do exército de terceirizados do país.

É preciso olhar para a força social que pode ser ponto de apoio à luta contra Bolsonaro. No caso das direções sindicais de bancários, se querem de fato derrotar Bolsonaro, passou da hora de começar a derrubar as barreiras entre efetivos e terceirizados e se mirar nos exemplos de comitês de base que começam a surgir em várias universidades. Essas iniciativas mais as intenções de voto precisam se transformar em força organizada, por isso está na ordem do dia construir comitês nos locais de trabalho que chamem amplamente à participação não somente os bancários efetivos, mas também trabalhadoras e trabalhadores terceirizados dos bancos.

Chamamos a todos os trabalhadores das agências e departamentos, efetivos e terceirizados que queiram lutar contra Bolsonaro que exijam do sindicato de bancários a convocação de uma assembleia ampla para colocar de pé comitês nos locais de trabalho e regionais e que possam ser também um pólo aglutinador de iniciativas de luta que podem surgir nos mais diversos locais.




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