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CARNAVAL 2020 | "É coisa de preto", desfile da Tom Maior ataca o racismo e exalta a luta negra

sábado 22 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

A escola de samba Tom Maior, foi a segunda a desfilar no primeiro dia de carnaval de São Paulo, na noite de ontem (21/02) e trouxe para avenida o enredo "É coisa de Preto" fazendo uma referência ao racismo estrutural e institucional vivenciado pelos negros desde a colonização do Brasil.

Com punhos erguidos e cerrados e em alto som, entraram na avenida com gritos contra o racismo e a violência contra os negros. Tiveram alas que exaltaram personalidades negras como: Elza Soares, Carolina Maria de Jesus, Mano Brown, Madame Satã, Machado de Assis, Pixinguinha, Joaquim Barbosa entre outros.

O último carro a desfilar homenageou Marielle Franco. A frase "as minorias são a maioria" em uma faixa ao lado de símbolos da justiça questionou a desigualdade existentes, geradas pelo capitalismo. Em alguns momentos, durante a frase do samba enredo: "lutar, é preciso lutar por igualdade", a bateria parou e os ritmistas e outros integrantes levantaram o braço com o punho fechado. Gesto que simboliza resistência e solidariedade em movimentos como o "black power" surgido EUA.

Este desfile de carnaval é mais uma manifestação popular que se contrapõe com o discurso racista da extrema direita. Fazendo referências a escravidão europeia e seus rastros deixados até hoje em cada situação enfrentada dia a dia pela população herdeira dos africanos que lutaram e resistiram de todas formas possíveis a exploração e opressão que lhe foram impostas! Reforçado com o empenho da Tom Maior pela busca de justiça, em busca de respostas aos negros e negras à todas Aghatas, Claudias, Moas, Marilles, Marcos Vinícius, que são rotineiramente assassinados pelo Estado brasileiro, seja por meio da polícia militar racista em torturas e operações violentas em todas comunidades pobres do país, seja por meio do Judiciário golpista e racista que encarcera a juventude negra, ou todo machismo do capitalismo que oferece a mulher negra os trabalhos mais precarizados, a luta mais árdua dentro de casa, na política e na sobrevivência diária ao racismo encrustado nas estruturas da ordem burguesa.




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