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“É carapinha”: Sérgio Camargo faz insulto racista ao cabelo de negros e negras

Sérgio Camargo, capitão do mato que preside a Fundação Palmares, acrescentou mais uma declaração racista a sua lista de ataques contra os negros e negras. Desta vez, o bolsonarista reacionário, que idolatra a princesa Isabel, insultou o cabelo crespo, “é carapinha”.

sexta-feira 18 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Em uma série de tweets, declarou o seguinte: “Corta o cabelo, pô“, e seguiu: “Sou careca, como todos já devem ter notado. No entanto, caso tivesse, meu cabelo não seria afro. O cabelo do negro é carapinha.”

"Ensinam pretos a defender seu "cabelo afro", em vez da educação livre de doutrinação e do método Paulo Freire. Depois, com suas vastas cabeleiras, reclamam da "falta de oportunidades para pretos no mercado de trabalho", também afirmou.

Sérgio Camargo possui a medíocre tarefa, dada a ele por Bolsonaro, de destilar ataques racistas em todos os âmbitos. Desta vez, seu alvo foi o cabelo crespo, característica cotidianamente ligada à insultos racistas. Negras e negros, durante toda sua história, lutaram contra estes tipos de insultos racistas, que são reflexo de uma sociedade capitalista que têm no racismo um dos seus pilares fundamentais.

A identidade negra, seja pelo orgulho de suas características, da sua vestimenta, música e cultura, é um problema para um governo racista que deseja manter a opressão e exploração das negras e negros. Este insulto de Sérgio Carmargo integra a política racista do Governo Bolsonaro. Como deixou claro Mourão, que considera o racismo inexistente no país.

Letícia Parks, professora e militante do movimento negro, respondeu em um tweet:

Tais declarações são feitas no contexto de luta internacional do povo negro contra o racismo e a violência policial. Recentemente, ocorreram as maiores manifestações da história dos EUA, e foram contra o racismo. Essa revolta se espalhou e atingiu países da Europa e também na África, principalmente a Nigéria.

Este governo de extrema-direita faz questão de negar a existência do racismo, ao mesmo tempo que realiza todo tipo de ataques contra negras e negros, porque compartilha do mesmo medo viceral que os senhores de engenho tinham do povo negro: o medo da explosão da revolta social e da derrubada deste sistema racista, que diariamente com sua polícia aterroriza e mata negras negros, como recentemente foi com Nego Beto, Emily e Rebeca.

Leia mais: Zumbi dos Palmares, o marxismo e a tradição revolucionária

Somente a luta organizada contra este sistema de exploração, que garante aos negros o trabalho precário, menores salários, moradias precárias e violência, é possível de responder esse projeto racista de Bolsonaro e seus capangas como Sérgio Camargo. Não foi a realeza escravocrata que libertou os negros no Brasil, foi a luta dos próprios escravos que conquistou sua liberdade. Serão também os trabalhadores negros, unidos a todos explorados e oprimidos, que vão arrancar seu direito a uma vida dígna com plena igualdade e liberdade de expressar sua identidade.




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