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DE VOLTA PARA O FUTURO | É a volta dos anos 90! FMI reune-se com Meirelles e pede redução do salário mínimo e outras "reformas"

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quinta-feira 29 de setembro de 2016 | Edição do dia

Dias atrás ocorreu uma reunião em Brasília entre Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do governo Temer e uma delegação do FMI. A visita corriqueira é parte de uma agenda normal de reuniões que o FMI tem de tempos em tempos com os países. Mas não vivemos tempos normais. Tentando aproveitar o golpe institucional e as diversas medidas do governo Temer para aprofundar as privatizações o FMI não teve dúvidas emitiu um comunicado digno dos anos 90, pedindo a redução do salário mínimo e diversos outros ataques aos trabalhadores do país.

Como Diana Assunção e Carolina Cacau opinaram em entrevista neste Esquerda Diário, o governo Temer está aprofundando medidas privatistas que Dilma já tinha iniciado. Foi à China, aos EUA oferecer áreas que está privatizando, nos próximos dias haverá votação para abrir completamente ao imperialismo o pré-sal, e o FMI está procurando se aproveitar da deixar para vir com um show dos anos 90.

O comunicado do FMI explicita quais seriam para eles as medidas para que o país volte a crescer, elogiando o “compromisso do governo” Temer com as privatizações, troca de comando da Petrobras, BNDES e aí inicia suas “sugestões” que resumiremos algumas das principais:

1- Controle Fiscal – estabelecendo um teto de gastos (a PEC 241).

2- Reforma da Previdência Social – o FMI aplaude as medidas propostas por Temer (que tratamos eu e Diana em uma entrevista que pode ser lida aqui) mas sugere uma atenção com os mais vulneráveis

3- Responsabilidade fiscal nos “entes subnacionais” – O FMI quer regras similares a da PEC 241 para estados e municípios.

4- Reforma fiscal – reduzindo as despesas obrigatórias para ter maior flexibilidade orçamentária. Ou seja o FMI quer que o Brasil rasgue sua constituição e acabe com os gastos obrigatórios em saúde e educação, entre outros.

5- Salário mínimo e indexação – mudar a regra que exige que o salário mínimo seja indexado conforme a inflação, bem como que outros gastos (como nas aposentadorias) tenham que acompanhar o salário mínimo.

6- Abertura da economia – ou seja uma agenda bem “anos noventa”, tipo ALCA.
A arrogância do FMI em buscar “sugerir” diversas reformas no país que implicam em rasgar diversos direitos constitucionais repete a atitude dos anos 90 com o país. Essa atitude no entanto é aplaudida por aqueles que consolidaram o golpe institucional no país, Temer, os tucanos, a mídia. Todos eles querem estas medidas para aumentar sua flexibilidade com o orçamento nacional para seguir pagando rios de dinheiro com a dívida interna e externa, bem como realizar este conjunto de ataques aos trabalhadores para aumentar os lucros das patronais.

Depois de anos e anos de elogios aos governos do PT que garantiram lucros excepcionais a todas multinacionais instaladas no Brasil, o FMI soube partir do conquistado primeiro com o PT e depois com o golpe institucional para agora pedir mais. Temer está disposta a implementar esse plano, em grande parte previsto em sua “Ponte para o Futuro”? Nós trabalhadores permitiremos?

É preciso organizar uma verdadeira greve geral contra esse conjunto de ataques, superando a passividade dos principais sindicatos e centrais sindicais do país, como é o caso da CUT e CTB que apoiavam Dilma. Essas centrais se opõem a estas medidas mas seguem a orientação do PT de “não incendiar o país”. Sem romper essa passividade e separação dos dias de luta veremos esta agenda dos anos 90 voltar. Não permitamos!




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