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Na manhã dessa sexta-feira, 19/02, foram encontrados os corpos de duas travestis na zona norte da capital gaúcha

sexta-feira 19 de fevereiro de 2016 | 22:59

Segundo uma matéria do Zero Hora, os corpos de duas travestis foram encontrados na manhã dessa sexta-feira na Estrada Martins Félix Berta, na zona norte da capital gaúcha. As vítimas ainda não foram identificadas. A suspeita da brigada militar é de que o assassinato ocorreu em outro lugar e os corpos foram abandonados ali. Eles estavam parcialmente queimados e com pixações nas costas de "X-9" - gíria usada para designar delator ou "cagueta". Trata-se na verdade de um brutal incidente de transfeminicídio.

Casos como esses, longe de serem "isolados", reafirmam a posição número 1 de crimes transfóbicos do Brasil em relação ao resto do mundo. De acordo com a ONG Transgender Europe, o Brasil é o país em que mais se mata transexuais no mundo. Estima-se que a idade média de travestis e transexuais no país seja de 35 anos, contrastando absurdamente com a de cerca de 75 anos dos demais brasileiros.

As causas variam entre suicídio, doenças, tratamentos estéticos de alto risco e a violência brutal da transfobia. O que aconteceu essa semana em Porto Alegre é apenas um triste retrato do que ocorre ao redor de todo o país todas as semanas com travestis e transexuais.

Diante desse cenário inaceitável, é urgente levantarmos a bandeira contra a transfobia e contra o transfeminicídio. Não podemos aceitar que crimes como esses continuem acontecendo. Hoje em dia o Estado não reconhece a identidade trans e sequer inclui mulheres trans e travestis na lei do feminicício. Nesse meio tempo tramita no Congresso a Lei João Nery que visa o reconhecimento, por parte do Estado, da identidade de gênero da população trans - seguem aqui 3 motivos para que essa lei seja aprovada.

Mas mesmo a Lei João Nery sendo um passo importante nessa luta, igualdade na lei não significa igualdade na vida e é por isso que devemos nos indignar com casos como esse de Porto Alegre ou o de duas travestis baleadas no Rio de Janeiro no mês passado e nos organizarmos contra a transfobia em todo o país.

Basta de assassinatos e torturas contra transexuais e travestis em Porto Alegre e em todo o país!




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