O prefeito que adora se fantasiar de trabalhador vem com mais uma de suas medidas tenebrosas, e vai repassar para a iniciativa privada a gestão do bilhete único - cartão eletrônico utilizado por mais de 90% da população paulistana.
quarta-feira 8 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
O prefeito de São Paulo vem com um grande programa de privatizações em seu governo com a desculpa de dar fôlego para a administração municipal. A gestão do prefeito ainda não sabe quanto vai arrecadar com a medida, mas a considera uma das mais importantes de uma lista de 52 itens "privatizáveis".
A prefeitura acredita economizar com a medida quase R$500 milhões por ano. Hoje a administração do Bilhete Único está a serviço da SPTrans, empresa de economia mista que administra o transporte.
A medida do prefeito é mais um ataque ao direito dos trabalhadores. Privatizar o serviço do bilhete único é colocar mais um direito público nas mãos da iniciativa privada, o que pode significar mais facilidade para o aumento da tarifa e demais serviços do transporte.
O projeto de privatização do bilhete único deve ser enviado ainda esse semestre para votação na Câmara Municipal. O prefeito ainda estuda uma medida para ampliar a utilização do Bilhete, aumentando a passagem para quem for pagar em dinheiro. Essa medida que visa diminuir ou zerar o pagamento em dinheiro tem a intenção do prefeito de inutilizar a função do cobrador para extingui-la, como já ocorre na região do ABC.
Em pouco mais de um mês de gestão o prefeito já mostra claramente a que veio e para quem governa. Começando pelo projeto Cidade Linda que pretende pintar a cidade de cinza e criminalizar a arte de rua, segue com seus projetos de privatização para favorecer os grandes empresários e colocar sob controle da iniciativa privada serviços públicos como o transporte.
Por isso batalhamos pela estatização do transporte sob controle de trabalhadores e usuários, por que só quem usa e trabalha no transporte sabe como administrá-lo. O transporte público deveria servir à população e sua locomoção, deveria ser acessível a todos e não uma manobra pra injetar mais dinheiro no bolso dos empresários.
