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Doria no governo de SP continua sua carreira de ataques e perseguições aos trabalhadores

Doria completa 4 meses como Governador de São Paulo. Nessa semana esta sendo pivo de ataque anti-sindical contra os metroviários que lutam contra a Reforma da Previdência, e que tem assembleia hoje para votar uma possível greve. Vamos relembrar nesse artigo ataques de Doria aos trabalhadores e a população, desde seu mandato na prefeitura até agora, seu 4° mês como governador, mostrando como o PSBDista é marcado por ser anti-trabalhadores

segunda-feira 29 de abril de 2019 | Edição do dia

Hoje no final da tarde acontecerá uma assembleia dos metroviários de São Paulo, que estão em estado de greve à dias, contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Os mesmos foram atacados por Dória (PSDB-SP) por vestirem coletes vermelhos em campanha contra a reforma durante o expediente no Metrô. Tanto o reacionário governador de São Paulo quanto o Metrô estão punindo funcionários de forma completamente arbitrária em uma ação totalmente antisindical como forma de proteger a Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro.

Os metroviários na última semana intensificaram a campanha, e durante toda a semana, o portal do Movimento Nossa Classe recebeu mensagens em apoio aos trabalhadores do Metrô em luta e à campanha contra a Reforma, além de diversas fotos em apoio, e postagens usando a hashtag #euapoioocoletedosmetroviarios.

Dória é bastante conhecido por seus ataques aos trabalhadores desde sua gestão na prefeitura de São Paulo, largada na metade para a corrida eleitoral para o Governo de São Paulo. E agora no governo do estado, mantém sua postura ofensiva contra as mobilizações dos trabalhadores, agora também contra as universidades públicas com a CPI das Universidades, e é claro, com a proteção da Reforma de Bolsonaro de forma fiel.

Neste texto vamos relembrar alguns dos principais ataques de Dória desde que assumiu a prefeitura até agora, no final do seu 4° mês como Governador de SP. De racionamento da merenda, ração como alimento para estudantes secundaristas do município de São Paulo e para a população pobre, até o Samparev, as privatizações, cortes na cultura e o discurso e ação pelo aumento repressivo das polícias em São Paulo.

Na prefeitura de SP o principal ataque de Dória foi aos professores e ao conjunto dos municipários de SP

Dória antes de sair para a corrida ao Palácio do Governo, deixou a prefeitura com uma sonora derrota imposta pelas professoras, professores e servidores municipais de São Paulo. Em março de 2018, ele tentou implementar a reforma da previdência do município, o Sampaprev, um ataque brutal ao funcionalismo público, que queria passar para as mãos da previdência privada o direito dos trabalhadores e trabalhadoras, além de retirar 19% dos seus salários junto a isso.

O Sampaprev na época foi derrotado com uma forte mobilização, principalmente da categoria de professores municipais, que se organizaram por comissões de mobilização desde suas escolas, e tiveram números muito fortes de escolas paralisadas durante a luta, além de muito apoio da população, mas contando com atos de 100 mil funcionários municipais em frente à Câmara de Vereadores de SP, forçando uma dura derrota à Dória.

No final de 2018, já com Covas na prefeitura, os vereadores votaram novamente o Sampaprev, como um presente de natal, no dia 26 de dezembro, e aprovaram o projeto e o ataque aos funcionários municipais. Em 2019, o ano começou com uma greve de municipários, mas que graças aos esforços da burocracia do Simpeem de Claudio Fonseca (PPS) e também de CUT e CTB, a luta foi derrotada e o Sampaprev mantido. Apesar do entrave das burocracias, os trabalhadores e trabalhadoras conseguiram encerrar a greve sem o corte do ponto dos dias parados.

"Farinata", merenda e banquete de luxo: Ao lado dos empresários de costas para a população

Dória encheu seus mandatos de escândalos na educação. Um dos mais escandalosos foi o do racionamento de merenda, onde ele, na época prefeito, proibiu as crianças de repetirem a merenda nas creches e nas escolas, deixando crianças passando fome, escolas servindo barras de cereal como alimento da merenda, e até orientando a marcarem as crianças com canetas para identificar as que já haviam comido e as que não.

A ação escandalosa de Dória foi brutalmente denunciada no Esquerda Diário, e contou com uma forte indignação da população.

Indignação foi o que não faltou com o escandaloso caso da “ração de sobras”. Com o programa “Alimento Para Todos”, Dória distribuiu uma ração feita com o lixo produzido na indústria alimentícia, uma junção de sobras da produção, para alimentar a população pobre. Dória, não bastando essa política nojenta, decidiu que queria servir a “farinata” produzida com os resíduos da indústria alimentícia também na merenda escolar. Sim, a mesma merenda escolar que ele racionou.

Este episódio ainda contou com a ida do secretário de Assistência Social de Dória, indo ao vivo na TV para provar a tal “ração humana”. O resultado viralizou na internet, com a clara demonstração de que nem aqueles que queriam fazer a população comer restos de comida, conseguiam esconder a podridão dessa política asquerosa.

Não bastasse isso, no meio do escândalo da merenda, Doria organizou um enorme banquete de luxo para empresários, enquanto deixava população e estudantes mal alimentados, mostrando o como de fato tinha as costas viradas para a população e as mãos dadas com os empresários

Dória “mãos de tesoura” no governo e na prefeitura, forte nas privatizações

Neste mês de abril, Dória avançou para a privatização dos aparelhos culturais do estado, aplicando cortes brutais nos orçamentos para a cultura, como do Projeto Guri e o Proacs. Já havia feito cortes na cultura durante a prefeitura, o que resultou em diversas manifestações da “Frente Única da Cultura”, organizando trabalhadores da arte e da cultura contra os cortes da prefeitura e contra o Secretário da área, André Sturm. Ele havia feito diversos cortes em programas de financiamento cultura, afetando principalmente projetos voltados ao teatro.

Dória durante sua prefeitura também teve como carro chefe um projeto amplo de privatizações e concessões, que incluíam parques, o Pacaembu, o sambódromo do Anhembi, o autódromo de Interlagos, além de diversos terminais de ônibus.

O orçamento da pasta da Cultura no governo do Estado de São Paulo têm caído nos últimos anos: em 2010, o orçamento equivalia a 0,71% do orçamento total; em 2014, 0,57%; em 2016, 0,40%; e, em 2019, a previsão é de 0,35%. Em 2018, a verba para a área foi de R$ 758 milhões; em 2019, originalmente foram destinados à pasta R$ 647,2 milhões, mas com o contingenciamento de 22,95% anunciado pelo governo, o valor é reduzido em cerca de R$ 148 milhões, chegando a R$ 498,7 milhões.

Isso tudo sem contar o que foi a ofensiva reacionária de Dória contra a arte de rua no início de seu mandato na prefeitura, pintando de cinza murais a céu aberto na 23 de Maio, e passando por cima de um importante patrimônio cultural da cidade de São Paulo, além de ter oficializado uma ridícula lei anti-pixo, querendo ele próprio ser o detentor do direito de dizer o que é arte e o que não é, e criminalizando mais ainda os artistas de rua.

Repressão policial: Uma marca forte de Dória, que se aprofundou nas eleições

Dória foi eleito Governador de São Paulo se colando profundamente com o fenômeno de Bolsonaro. Carregou durante toda sua campanha um discurso muito duro de aumento da repressão da polícia já extremamente assassina e racista de São Paulo, se aproximando do discurso do ultra direitista Jair Bolsonaro e seus filhos, e em alguns casos, se aproximando da lógica de Paulo Maluff, do “bandido bom é bandido morto”. Dória chegou a dizer que “bandido bom é bandido preso”. Em seu programa estava presente um aumento enorme do contingente de PMs no estado, e o incremento no armamento da polícia, para melhor reprimir manifestações, e melhor atacar e matar a juventude negra nas periferias. Dória é também defensor do pacote “anti-crime” de Sergio Moro, que quer dar impunidade para os assassinatos policiais, tornando cada vez mais recorrentes casos como a execução cometida pelo exército no Rio de Janeiro, matando Evaldo com 80 tiros em seu carro, junto à sua família.

O resultado dessa política de Dória se vê nos números de mortes por policiais, e também em cenas como a protagonizada pela PM em uma escola em Guarulhos, onde a PM entrou para reprimir uma manifestação dos estudantes secundaristas, e que fez tomar conta das redes um vídeo que mostrava um PM empurrando uma jovem estudante com uma arma de borracha em seu peito, de forma brutalmente violenta.

A ação antisindical de Dória contra os metroviários não é isolada, e sim fruto de um governador anti-trabalhadores

Não, o ataque de Dória ao direito de manifestação dos metroviários não é um fato isolado. Todos os elementos levantados nesse texto até agora mostram o como Dória é extremamente anti-trabalhadores. E essa relação é fruto antigo do atual governador. Vem desde berço, de uma família herdeira de capitanias hereditárias dos tempos coloniais, que enriqueceu na base de trabalho escravo e de sangue negro. A família Costa Dória teve senhores de engenho, militares, políticos, senhores de escravos, intelectuais. E mesmo que Dória tenha tentado se passar pelo “João trabalhador”, que teve de ‘trabalhar’ desde cedo para sustentar sua família, ele na verdade vem desde o berço de ouro em que nasceu criado nesta perspectiva anti-trabalhador.

Por isso é muito importante o apoio à luta dos metroviários de São Paulo, tendo em vista que as inúmeras manifestações de solidariedade aos coletes dos metroviários, assim como as milhares de assinaturas colhidas para o abaixo assinado contra a reforma da previdência, são uma demonstração clara de que existe disposição de luta contra este ataque impopular do governo.

O Nossa Classe e o MRT batalharam nesta semana para que a assembleia de hoje (29) no Metrô possa ser transformada num grande ato político com a presença de delegações e representantes de diversos sindicatos e centrais, personalidades políticas, intelectuais de esquerda, jovens e trabalhadores para que possamos expressar essa enorme força para que a luta dos metroviários seja cada vez mais parte de fortalecer essa luta nacional contra a reforma e os ataques do governo Bolsonaro.

Por isso colocamos que era fundamental que CUT e CTB, mas também a CSP-CONLUTAS fizesse um chamado amplo aos diversos sindicatos que dirigem, assim como o PSOL aos seus parlamentares e figuras políticas, para que enviem delegações e representantes no dia 29 no sindicato dos metroviários, colocando todo seu peso em prol dessa luta.

A luta dos metroviários pode ser um importante pontapé inicial para uma luta organizada dos trabalhadores e da juventude contra a reforma da previdência de Bolsonaro, que quer nos fazer trabalhar até morrer, sem poder nos aposentar, ou recebendo aposentadorias de miséria, e apontar um caminho para os trabalhadores que se preparam para o dia 1° de Maio, o primeiro no Governo Bolsonaro.




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