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COVID ESCOLAS SP | Doria não garante testes para dois terços de 24 mil suspeitas de covid nas escolas de SP

Dados obtidos pelo SP2 indicam que apenas 1/3 ou 33% dos mais de 24 mil casos suspeitos de Covid-19 em escolas de São Paulo têm informações sobre realização de testes para detecção do vírus. Por trás do discurso de preocupação com a educação, Doria além de impor o retorno inseguro das aulas, não garante testes massivos para as escolas seguirem as medidas sanitárias.

quarta-feira 10 de março de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

O Simed (Sistema de Informação e de Monitoramento da Educação para Covid-19) é uma plataforma de notificação de casos suspeitos de Covid-19 obrigatória para as escolas de ensino básico públicas e privadas do estado de São Paulo. O governo de São Paulo, por trás do discurso de preocupação com a educação, impõe na realidade que as escolas sejam responsáveis pela notificação e acompanhamento dos casos de Covid-19, ainda que sem testes garantidos e sem condições estruturais para seguir as medidas sanitárias.

As escolas do estado de São Paulo já notificaram no Simed 24.345 casos suspeitos de Covid-19 até esta terça-feira (9), fruto do retorno inseguro das aulas presenciais imposto por João Doria (PSDB) e Rossieli Soares. Segundo dados obtidos pelo SP2, apenas em um terço, ou 33% desses casos (8.150) foi incluída no Simed a informação sobre a realização ou não de teste de Covid-19.

Ainda, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) disse ao SP2 que em apenas 41% (9.950) do total de casos suspeitos foi recomendado o isolamento domiciliar. Em 37% (9.042) dos casos, as escolas não indicaram o isolamento por entender que não havia apresentação dos sintomas típicos da covid-19, ainda que sem a testagem.

Entre os 24.345 casos suspeitos, 71% estão em escolas estaduais ou municipais, indicando as dificuldades especialmente da educação pública em relação aos cuidados sanitários, e atingindo sobretudo a população mais pobre, desde os professores e trabalhadores da educação até os estudantes e suas famílias.

Até agora, 21 mortes foram notificadas, 19 delas entre servidores, e 2 entre estudantes. O retorno presencial das aulas frente ao pior momento da pandemia no Brasil já é um absurdo em si, e cada vida perdida comprova isso. Que a retomada das aulas aconteça por fora de uma estratégia de testagem massiva para monitoramento e acompanhamento das pessoas envolvidas, só indica o descaso dos governos para com as comunidades escolares. São elas que precisam decidir quando e como voltarem as aulas, com um plano emergencial para a testagem massiva e a vacinação de todos.

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