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SOS AMAPÁ | Diretorias da Aneel e ONS são afastadas em apuração da crise energética no Amapá

Medida foi tomada na tentativa de impedir a interferência dos gestores na apuração das responsabilidades pelo apagão que atinge o estado desde o início do mês.

quinta-feira 19 de novembro de 2020 | Edição do dia

A Justiça Federal no Amapá determinou, nesta quinta-feira (19), o afastamento da atual diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e também dos atuais diretores do Operador Nacional do Sistema (ONS) por 30 dias, sob a justificativa de impedir a interferência dessa equipe de gestão na apuração das responsabilidades do caos instaurado no estado com o apagão.

Já se passam mais de 15 dias e nada substancial foi feito pela Isolux, empresa privada responsável pela garantia de energia elétrica para a população e na qual ocorreu o incêndio que motivou o apagão. O governo do Estado, na figura do governador Waldez Goés (PDT) instaurou toque de recolher e proibição das manifestações com o argumento de que são medidas para combater a pandemia do coronavírus, quando na verdade apenas aumenta a situação de sofrimento da população com a repressão policial.

A medida tomada pela Justiça Federal não deve ser vista como um alívio, uma vez que diversos interesses privados estão envolvidos nesse processo e aqueles que mais precisam, como comunidades indígenas e quilombolas inteiras, seguem sofrendo com a fome e a violência policial. Em contrapartida, na residência dos juízes e parlamentares do Estado nada mudou, essa minoria que mantém seus privilégios seguem usufruindo da energia elétrica, se higienizando em chuveiros e banheiras com água quente, mantendo seus alimentos refrigerados e suas cercas elétricas energizadas. Nestas residências o conforto proporcionado pelo fornecimento de energia elétrica não foi interrompido.

Toda a problemática enfrentada pela grande maioria da população do Amapá faz saltar aos olhos a ineficiência da política de privatização de setores essenciais, e estratégicos como é o de energia. Enquanto isso o governo de Bolsonaro e Guedes busca uma ampliação da entrega destas e outras empresas públicas, com a Eletrobras na fila para ser vendida a preço de banana.

Veja também: O povo do Amapá não pode esperar, é necessário uma resposta imediata da esquerda

Nós, do Esquerda Diário, colocamos toda nossa solidariedade e alcance para rechaçar as medidas tomadas pelos governantes e empresários da energia elétrica do Amapá. Juntamente com toda a esquerda, os movimentos sociais e ativistas devemos tomar pra uma política de enfrentamento efetivo ao descaso que sofre o estado da região Norte do país. Cabe aos explorados, à classe trabalhadora, aos indígenas e aos negros e quilombolas transformar toda a energia da revolta em organização política, para conseguir criar a potência necessária para derrotar os ataques da extrema-direita e a direita no país.




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