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CORRUPÇÃO | Dirceu e mais 16 são indiciados na Lava-Jato

sábado 5 de setembro de 2015 | 00:26

O Ministério Público Federal denunciou, ontem (4), criminalmente o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e mais 15 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estão entre os denunciados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, e Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu.

O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira, 4, que o esquema de corrupção na Petrobras envolvendo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se refere a contratos específicos na estatal. Para o procurador, o caso evidencia "um esquema partidário de corrupção". "Mensalão e petrolão são um só", decretou Dallagnol.

Segundo a força-tarefa, o ex-ministro teria recebido pelo menos R$ 11,8 milhões em propina da empreiteira Engevix por contratos firmados com a Petrobras. "Os pagamentos a Dirceu eram uma espécie de retribuição reservada a ele pela indicação do diretor de Serviços", afirmou o procurador da República Robersson Pozzobon, em alusão ao engenheiro Renato Duque, apontado como elo do PT no esquema de corrupção na estatal petrolífera.

STF prorroga investigação contra Renan e outros 10 políticos

Também nesta sexta-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar as investigações de 11 políticos por suposto envolvimento na Lava Jato. Entre os investigados que tiveram inquéritos prorrogados estão cinco senadores: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

O ministro relator prorrogou ainda, por mais 60 dias, os inquéritos dos deputados Eduardo da Fonte (PP-PE), José Mentor (PT-SP), Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Simão Sessim (PP-RJ) e dos dois ex-deputados federais João Pizzolatti (PP-SC) e Roberto Teixeira (PP-PE).

Estão pendentes de análise pelo ministro Teori Zavascki, pedidos referentes aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). No caso do tucano, a PGR pediu no último dia 27 o arquivamento do inquérito, contudo, a chegada de uma nova denúncia contra o senador fez com que a Polícia Federal pedisse novas investigações.

A nova denúncia contra José Dirceu e Vaccari vem para reafirmar o envolvimento da cúpula petista não apenas no escândalo da Petrobrás, mas também o papel do estado na administração e favorecimento dos negócios capitalistas. Apesar do protagonismo do PT neste caso específico, sabemos que essa mesma lógica se reproduz nos governos estaduais e municipais conduzidos pelos diferentes partido burgueses.

ESQUERDA DIÁRIO/Agência Estado.




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