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DEBATE COM A ESQUERDA | Dino: Frente por empregos com Bolsonaro e empresários que só querem miséria para os trabalhadores?

Flavio Dino propôs um pacto nacional pelo emprego junto a Bolsonaro e empresários, setores destruidores dos empregos que querem a miséria dos trabalhadores.

terça-feira 28 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: TV Mirante

O governador do Maranhão enviou uma carta propondo um pacto pelo emprego com os grandes empresários que demitiram milhões de brasileiros:

“Considerando este cenário desafiador, gostaria de sugerir uma reunião liderada por V. Exa. com os governadores e os presidentes das confederações empresariais e centrais sindicais para que possamos construir um “Pacto Nacional Pelo Emprego”, com medidas emergenciais de geração de emprego e renda”

Tanto Governadores, quanto o Presidente fizeram parte de uma disputa por poderes em todo o último período, mas são bastante alinhados quando o assunto é fazer com que os trabalhadores paguem pela crise. Ao adotarem a "PEC da morte", cujo relator aliás, é Orlando Silva do PCdoB, da suspensão dos contratos que permitia as demissões, pactuaram para proteger grandes empresas, que mesmo sendo beneficiadas demitiram milhares. Só a Latam, gigante empresa aeroviária, demitiu 2 mil trabalhadores no país.

Para proteger os empregos, é preciso ir contra os interesses da FIESP, da FIRJAN, da FEBRABAN. O que buscam está oposto pelo vértice a garantia dos empregos, o mesmo para os governadores, o STF, que permitiu a terceirização irrestrita, e nem falar Bolsonaro.

Essa política absurda de propor para os maiores carrascos dos trabalhadores um pacto está a anos luz de garantir os interesses dos trabalhadores. O que poderia ser pactuado junto com a FIESP, Bolsonaro e os governadores? são os grupos que querem empurrar goela abaixo a carteira verde-amarela, a uberização da vida de todos os trabalhadores e privatizações. A única resolução dessa mesa de negociação seria uma derrota acachapante para a classe trabalhadora brasileira.

A política que realmente pode defender os empregos só pode vir com o enfrentamento a Bolsonaro, a FIESP e os governadores, inclusive do PT e do PCdoB que aprovaram a reforma da previdência em seus estados, superando a trégua da burocracia sindical, que continua em quarentena enquanto os trabalhadores são marcados a ferro, tendo que se expor ao covid-19 e às demissões. Para de fato proteger o emprego é necessário um programa que passe pela proibição de demissões, redução de horas de trabalho sem reduzir salários para todos poderem trabalhar, nacionalização dos bancos e monopólio do comércio exterior para garantir que não haja evasão de divisas e o não pagamento da dívida pública para garantir um plano de obras públicas. Medidas que ataquem o lucro capitalista, que garantam o direito ao emprego para todos os brasileiros.

A unidade que os trabalhadores precisam não pode ser com os governadores, apoiados na mídia e no STF, que não garantiram testes massivos e nem leitos para todos, que falaram “fique em casa”, ao mesmo tempo em que a maioria dos brasileiros foram obrigados a seguir trabalhando. Nem pode ser para colocar Mourão no lugar de Bolsonaro. A unidade que precisa ser buscada é a da luta de classes, da classe trabalhadora nas ruas, como vem mostrando as diversas batalhas dos entregadores.

É preciso tirar conclusões de que é urgente mudar as regras do jogo e não somente os jogadores desse regime político decadente. O povo precisa decidir. Por isso, é preciso abrir caminho para uma assembleia constituinte livre e soberana, que faça com que os capitalistas paguem pela crise, e possa abrir caminho para uma saída que favoreça não os exploradores, mas ampla maioria explorada.




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