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MINISTRO VOTOU A FAVOR DO RITO DO IMPEACHMENT | “Dilma não foi afastada por crime de responsabilidade”, diz Barroso cinco anos depois

Cinco anos depois de dizer que "impeachment não é golpe", o ministro do STF afirmou que “Dilma não foi afastada por crime de responsabilidade ou corrupção” e sim “por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”. A ironia que Barroso não fala é que ele foi peça-chave do golpe e de todas as manobras arbitrárias e antidemocráticas que nos trouxeram até aqui. Luiz Roberto Barroso ou Barrichello de toga?

segunda-feira 5 de julho de 2021 | Edição do dia

Durante simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, o ministro do Supremo afirmou: “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas sim foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”. Uma curiosa ironia essa, da qual ele tira o corpo fora.

Barroso não teria a coragem de admitir que o que ocorreu foi de fato um golpe, já que suas ações foram peça-chave. Mas após a sobrevivência de Temer no governo e agora de Bolsonaro, vai se escancarando cada vez mais a arbitrariedade do golpe institucional de 2016. A hipocrisia, no entanto, é gigante.

Em comissão da câmara em 2016, Barroso afirmou que “impeachment não é golpe”, junto com Bolsonaro, a Globo, a direita, os grandes empresários, a Lava-Jato (e inclusive alguns setores da esquerda, como o MES do PSOL e o PSTU). Em 2018, abrindo espaço para a vitória de Bolsonaro, Barroso se juntou a Sergio Moro e toda a direita para barrar o habeas corpus que pudesse garantir o direito de Lula se candidatar nas eleições.

Cinco anos depois, o ministro tem a pachorra de afirmar o óbvio, como se não fosse responsável por ele, de que Dilma foi afastada por motivos políticos e não de corrupção. O que Barroso se silencia é o fato de que o golpe foi dado para aprofundar os ataques à classe trabalhadora, com as reformas neoliberais que se sucederam ao impeachment e se aprofundaram ainda mais sob Bolsonaro. Essas mesmas reformas, diga-se de passagem, avalizadas sistematicamente pelo próprio STF do qual o Barrichello de toga faz parte.

Por essas e outras é fundamental uma mobilização que imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana nesse país. Leia mais aqui sobre: Como fazer para impor uma nova assembleia constituinte, que seja livre e soberana?




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