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CRISE DOS COMBUSTÍVEIS | Diana Assunção: “Os trabalhadores tem que entrar em cena pra fazer os patrões pagarem pela crise”

sexta-feira 25 de maio de 2018 | Edição do dia

Diana Assunção, dirigente do MRT, conversou com o Esquerda Diário sobre a crise dos combustíveis e a política de Temer de utilizar as Forças Armadas para reprimir o movimento, em meio às negociações de Temer e da patronal dos transportes para fazer com que a população pague pelos subsídios aos lucros privados dos transportes.

Sobre isso, Diana disse que: "A alta dos combustíveis revoltou muitos trabalhadores por todo o país, que viram nos bloqueios de estrada por parte dos caminhoneiros a expressão da ânsia de parar tudo. Um sentimento que lembra a momentos em que a classe trabalhadora entrou em cena e de fato parou o país, como na Greve Geral do dia 28 de Abril de 2017, contra a Reforma Trabalhista".

Sobre a declaração de Temer em rede nacional, Diana disse que: "Agora Temer ameaça usar as Forças Armadas contra os caminhoneiros nas estradas, recrudescendo a repressão do estado contra os caminhoneiros, buscando assentar um precedente para tratar todas as greves e protestos populares. É inaceitável que isso aconteça! Repudio veementemente qualquer ação repressiva contra os bloqueios!"

Ciente das contradições do movimento, opinou que: "Nesse momento, interesses patronais das grandes transportadoras estão dirigindo o movimento, a serviço de maiores subsídios aos lucros de grandes transportadoras, impedindo que os caminhoneiros possam querer mais que a redução de tributos ao Diesel. Não estão nem aí para as condições de trabalho da categoria, com a política de preços de Temer que encarecerá a gasolina e o gás de cozinha. Somente com um programa de independência de classe e sem apoiar subsídios aos patrões, se poderá reduzir o preço da gasolina e anular os aumentos criminosos."

Sobre as centrais sindicais, disse que: “O que as centrais sindicais, como a CUT e CTB, que dirigem dezenas de milhares de sindicatos pelo país, estão esperando para organizar assembleias democráticas de base nos locais de trabalho, para que os trabalhadores decidam os melhores meios de enfrentar a crise nacional dos combustíveis? Seguem imóveis, freando a auto-organização dos trabalhadores, num momento em que, se o conjunto da classe trabalhadora entra em cena, com independência de classe e sem os patrões, podem encabeçar a imensa maioria da população afetada pela alta do gás e da gasolina com sua saída política, contra os planos de Temer, dos empresários, e também da falsa alternativa que é o PT. É necessário que os próprios trabalhadores tomem as rédeas de sua organização e entre em cena com demandas que são suas, a exemplo dos metalúrgicos da Mercedes do ABC paulista, há algumas semanas batendo de frente com a patronal por condições dignas de trabalho e salário. Os trabalhadores tem que entrar em cena pra fazer os patrões pagarem pela crise. Exigimos que as centrais sindicais rompam seu imobilismo e proponham um plano de luta sério para paralisar o país".

Completou respondendo à crise dos preços: “A intenção explícita de Temer de privatizar a Petrobras é a responsável por essa crise que estamos passando. A entrada em cena do conjunto da classe trabalhadora pode ser o estopim de um poderoso movimento que retome o que de melhor aconteceu na greve geral do 28 de abril, superando os limites das direções sindicais burocráticas. E podem dar uma saída programática independente, a única que pode realmente reduzir os preços do gás e da gasolina: uma Petrobras 100% estatal sob comando dos petroleiros e regulados pela população, além de expulsar a casta burocrática e corrupta que desde FHC, passando pelos governos do PT e agora por Temer, saqueia as riquezas nacionais.”




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