segunda-feira 3 de abril de 2017 | Edição do dia
Além de causar escândalo no exterior com a reforma do Ensino Médio que joga as Ciências Humanas na sarjeta da produção de conhecimento escolar, propondo uma educação meramente técnica, despolitizada e descontextualizada em prol da produção de mão de obra barata, agora o governo, por meio do MEC, interrompe os sonhos de quem estava batalhando para conseguir uma bolsa no exterior. Ter oportunidade de fazer uma graduação no exterior significa ter contato com uma formação muito mais completa, que valoriza um conhecimento amplo e ligado a realidade e necessidades do mundo atual, e não apenas a uma formação profissionalizante específica como na maioria das faculdades no Brasil.
As justificativas para o encerramento do programa são as mais nefastas. O custo do programa de 3,2 bilhões em 2015 é menos do que a metade do que gastamos com senadores e deputados federais, sem contar governadores, câmaras estaduais e municipais, secretarias, assessores e cargos de confiança, os CCs. Outro argumento é que o programa foi mal desenhado, porém, não se específica onde estariam os defeitos de tal "desenho". A falta de argumentos ainda leva o governo a afirmar que o programa não gerou o resultado esperado porque os candidatos selecionados tem deficiência em inglês.
Sem dúvida esse corte está ligado à aprovação da PEC55, que congelou recursos à educação e saúde para os próximos 20 anos.
Quem sabe se os políticos ganhassem o salário de um operário médio, ou de uma professora, o Estado pudesse custear esses estudantes. Ou ainda se o Estado deixasse de pagar a dívida pública, que é um dinheiro público girado às mãos de banqueiros e empresários, na ordem de 46% de tudo o que arrecadamos em impostos por ano. Isso significa mais de um trilhão de reais. Porém esses banqueiros e empresários bilionários pouco se importam se esse dinheiro está faltando para a população aumentando as mortes por falta de atendimento de saúde, precarizando a educação e transportes e todos os serviços básicos para a população. Essa elite junto com esses políticos tem sangue em suas mãos. E estão avançando cada vez mais ofensivamente contra nós, trabalhadores e juventude. Não podemos nos calar, e nem deixar a luta para o mês que vem. Precisamos exigir das centrais sindicais uma greve geral imediata, porém, também precisamos tomar a luta em nossas mãos em cada local de trabalho criando comitês desde as bases com delegados eleitos realizando assembleias de base que organize e imponha a luta a essas centrais dirigidas por burocratas, em especial a CUT e a CTB.
