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DESEMPREGO | Desemprego: aposentados madrugam em fila buscando emprego

O cenário alarmante do desemprego no país e da miséria social crescente se refletiu mais uma vez na madrugada dessa terça-feira onde centenas de pessoas, muitas delas aposentadas, buscavam ser as primeiras da fila para distribuição de senha do quarto Mutirão do Emprego.

terça-feira 17 de setembro de 2019 | Edição do dia

A última edição realizada no primeiro semestre desse ano formou uma fila gigantesca no centro de São Paulo totalizando 15 mil desempregados debaixo de sol esperando a oportunidade para que pudessem retornar ao mercado de trabalho para que pudessem sustentar a si mesmos e suas famílias.

Nessa edição o cenário foi ainda mais gritante, com o primeiro da fila sendo um motorista aposentado de 70 anos, José Augusto de Lima, que está procurando emprego a dez meses e madrugou na fila para tentar mais uma vez, já que sua aposentadoria não é capaz de sustentar sua família. Uma condição humilhante para os trabalhadores que passam necessidade e querem trabalhar, mas que veem uma redução cada vez maior do número de empregos formais e estão dispostos a se sujeitarem a “qualquer coisa que aparecer”.

Se trata do projeto do golpe institucional, que agora fica ainda mais escancarado com a confirmação por parte de Michel Temer nesse último Roda Viva, fazendo demagogia de que nunca teria apoiado o projeto, quando na verdade foi um dos principais articuladores da casta política junto ao autoritarismo judiciário da Lava-Jato. Desde 2016 temos visto uma intensificação das medidas neoliberais exigidas pelo imperialismo, em especial dos EUA, e que o PT vinha aplicando de maneira “muito lenta” aos olhos da burguesia internacional.

Após aprovação da reforma trabalhista com a conivência das grandes centrais sindicais CUT e CTB e os partidos que respectivamente os dirigem – PT e PCdoB – Vimos uma patronal muito mais a vontade para aplicar demissões em massa, com fechamento de plantas inteiras de fábricas de automóveis da GM, demissões na Abril, etc. Após as manipulações na eleição do ano passado por parte do autoritarismo judiciário com a prisão arbitrária de Lula e a eleição de Bolsonaro fortalecendo a extrema direita vimos uma radicalização de setores da burguesia de rapina e do imperialismo selvagem de Trump, exemplo disso são os índices de feminicídio, mortes pela polícia e queimadas na Amazônia.

Agora podemos ver que a reforma da previdência, mesmo aprovada, não apresenta sinal de recuperação econômica e na verdade com o nível de crise o que veremos cada vez mais são aposentados tendo que se sujeitar a condições degradantes e trabalhos precários, trabalhando até morrer. Esse é o futuro que o capitalismo reserva ao conjunto da classe trabalhadora: miséria social e destruição do planeta.

Cada vez mais é necessário discutir um projeto de ruptura com esse sistema de exploração e opressão, batalhando por uma saída da crise onde sejam os capitalistas que paguem pela crise, unindo a classe trabalhadora e o conjunto dos setores oprimidos da sociedade para derrotar a extrema direita, o golpismo e o conjunto dos ataques. Essa é a tarefa que as centrais CUT e CTB devem responder, organizando um plano de lutas junto a juventude para que esse dia 20/09 seja o pontapé inicial de um calendário de lutas capaz de vencer, ao invés de negociar nosso futuro com o Centrão através de seus governadores no nordeste para salvar um regime corroído de conciliação de classes.




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