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Derrota da família Calheiros em Maceió debilita as posições de Renan

segunda-feira 31 de outubro de 2016 | Edição do dia

Após ver o seu candidato derrotado na disputa pelo comando do município de Maceió, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota contra o prefeito reeleito, Rui Palmeira (PSDB).

O tucano foi reeleito em 2.º turno neste domingo, 30, para os próximos quatro anos com 60,27% dos votos válidos, contra 39,73% de Cícero Almeida (PMDB), apoiado pela família Calheiros.

Em nota, assinada como presidente estadual do PMDB, Renan acusou Palmeira de compra de votos. "Quem recorre à compra de votos e monta cadastros de eleitores é Rui Palmeira, não eu. Sabe disso muito bem quem esteve nas eleições de que ele participou. Esses fatos são desconhecidos da população. Como ele esconde que dezenas de vezes – perdi a conta –, para ajudar Maceió, convoquei ministros para despachar com ele em meu gabinete. Mas Rui Palmeira é pródigo em propagar o que lhe convém. Lança mão diariamente dos veículos de comunicação de sua família (que incluem concessões públicas) para atacar adversários, detratando-os com adestrados nesse ofício sujo", diz Renan.

Mais uma vez, os Calheiros saíram derrotados de uma disputa nas urnas para um adversário da família Palmeira. Em 1988, Renan Calheiros havia perdido a disputa para a Prefeitura de Maceió para Guilherme Palmeira, pai de Rui.

Além da capital, o PMDB perdeu os embates eleitorais nas três maiores cidade do interior alagoano: Arapiraca, Rio Largo e Palmeira dos Índios.

O revés eleitoral indica, ainda, dificuldades futuras para o grupo político dos Calheiros, já que Rui Palmeira tem o nome fortalecido para a eleição ao governo de Alagoas, em 2018.

Investigado em nove inquéritos no STF ligados à operação Lava Jato e envolvido em polêmicas com o Poder Judiciário, o senador também deve enfrentar dificuldades para manter seu mandato em 2018, pois perdeu importantes aliados durante a campanha municipal, a exemplo do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).

Uma derrota que para Renan deve custar mais caro, já que se encontra sitiado pela Lava Jato com o término de seu mandato a curta distância, e em meio a feroz disputa com a presidente do STF, Cármen Lúcia, que julgará no dia 3 uma ação que poderia remover Renan da presidência do Senado. Segundo a ação, nenhum político réu no Supremo poderia estar na iminência de ocupar o cargo da presidência; Renan tem 12 inquéritos no STF.




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