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ENTREGUISMO | Depois de votar a entrega do pré-sal, Dilma organiza a venda dos gasodutos

sábado 27 de fevereiro de 2016 | 09:15

Na próxima terça-feira, 1o de março, a Petrobras começará a receber as propostas das empresas para a compra da NTS (Nova Transportadora do Sudeste) que compreende toda a malha de gasodutos do Sudeste, podendo incluir o Píer de GNL da Baía de Guanabara e plantas de regaseificação internas de terminais e refinarias. Esta empresa foi criada em 2015 como fruto da divisão da Transportadora Associada de Gás (TAG), que gerou além da NTS a NTN (Nova Transportadora do Nordeste) e conta 2,5 mil quilômetros dos 6,5 mil quilômetros de gasodutos que percorrem todo o país [1].

Para as possíveis compradoras destacam-se a canadense Brookfield, a chinesa CNPC, e um provável consórcio entre o Canadian Pension Pan Investment Board (CPPIB) e a franco-belga Engie. O valor de mercado encontra-se em torno de 5 e 6 bilhões de dólares [2]. A CNPC é controlada pela petrolífera chinesa PetroChina [3] e a CPPIB é um fundo de pensão, um tipo de investimento a longo prazo [4], mostrando que será um “bom negócio”.

Desinvestimento: o modo petista de privatizar

A futura venda da NTS, assim como o prévio desmembramento da TAG, faz parte do grande plano de desinvestimento da Petrobras, que espera vender 14,4 bilhões de dólares em ativos este ano. No ano passado, a meta foi batida graças a venda da Gaspetro por 700 milhões de dólares para a japonesa Mitsui (importante acionista da Vale do Rio Doce também), ou seja, esse ano pretende-se vender 20 vezes mais.

A estratégia da empresa para garantir as vendas é separar os ativos em pacotes atrativos, por isso quase semanalmente algum jornal anuncia a descoberta de um novo pacote que pode combinar terminais aquaviários de Gás Natural e termoelétricas[6] ou as refinarias COMPERJ com REDUC e REGAP [7]. A estratégia consiste em oferecer algo atrativo ao mercado e por isso há diversos anúncios não confirmados, nem desmentidos, pela empresa.

É preciso organizar uma ampla luta em defesa do petróleo brasileiro, assim como uma Petrobras 100% estatal, sob controle dos trabalhadores e a serviço da população. Essa luta passa por barrar o projeto privatista de Serra e PSDB [8], mas também por desmascarar o papel que o PT cumpre: seja na corrupção ou nos “desinvestimentos”. Para isso é necessário que a Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada a CUT e o PT, deixe de ser escudo do governo e faça jus aos combativos trabalhadores que protagonizaram históricas greves e que a minoritária Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), como oposição, seja linha de frente nas exigências ao governo e no chamado a toda a sociedade. Se a FUP ou a FNP não estiverem à altura do que este tremendo ataque coloca aos petroleiros e à alienação da riqueza nacional os petroleiros precisam eles mesmo garantir urgentes e democráticas assembleias nas bases para organizar um plano de luta. É preciso travar uma verdadeira batalha, dada a partir dos trabalhadores petroleiros, que exijam que seus sindicatos um plano de ação urgente para mobilização contra a privatização do petróleo nacional e toda a sua cadeia produtiva.

[1] http://tag.petrobras.com.br

[2]http://www.bloomberg.com/research/stocks/private/snapshot.asp?privcapId=52034288

[3] http://www.cnpc.com.cn/en/aboutcnpc/aboutcnpc_index.shtml

[4] http://cppib.com/en/how-we-invest/compare-overview.html

[5] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1723831-petrobras-vende-49-da-gaspetro-a-japonesa-mitsui-por-r-193-bilhao.shtml

[6] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1737476-petrobras-vendera-terminal-de-gas-em-pacote-com-termicas.shtml

[7] http://oglobo.globo.com/economia/petrobras-estuda-unir-comperj-com-as-refinarias-reduc-regap-18587622

[8] http://www.esquerdadiario.com.br/Pre-sal-o-golpe-de-Gogo-da-CUT-da-FUP-e-burocracia-sindical




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