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EDUCAÇÃO | Depois de seleção duvidosa ter sido exposta, Capes anuncia a abertura de 1,8 mil bolsas

quarta-feira 27 de novembro de 2019 | Edição do dia

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes) anunciou a criação de 1,8 mil bolsas nesta terça- feira. Depois de milhares de bolsas cortadas durante o ano e pesquisas cessadas arbitrariamente por causa dos cortes da Capes, e com o drama de outros milhares de pesquisadores que tiveram as bolsas atrasadas sem saber como seriam os dias seguintes, a Capes agora anuncia a criação destas bolsas, segundo ela mesma, para "programas estratégicos".

A abertura ocorre justamente alguns dias após ter sido veiculado que um empresário amigo de Weintraub conseguiu beneficiar-se com a abertura de uma pós-graduação em medicina veterinária na Universidade de Santo Amaro (UNISA). Um dos controladores da UNISA é Antônio Veronezi, ligado ao ministro, e o processo de avaliação desrespeitou os próprios procedimentos normais da Capes.

Leia aqui: Capes facilita a vida de empresário amigo de Weintraub enquanto corta milhares de bolsas

O presidente da Capes, Anderson Correia, afirmou que serão priorizadas áreas como energia, meio ambiente, saúde, transporte etc. Chamou de "área exemplo" os cursos que a Capes pretende investir. Os critérios, ao que tudo indica, são um monte de formulações que misturam o senso comum com coisas que não são nada científicas e parece ter saída de alguma daquelas lives do presidente Bolsonaro, aliás, que utiliza estas "frases ocas" sobre "áreas estratégicas" para defender a censura e a perseguição a pesquisadores e artistas. Se o governo de Bolsonaro realmente tivesse qualquer preocupação estratégica, não estaria entregando as principais empresas estatais do país, para começo de qualquer conversa.

A realidade é que Weintraub, Bolsonaro e cia tem como projeto o avanço da privatização nas Universidades. Pra tal, é que utilizam o próprio governo federal como palanque para a propagação de fake news contra as próprias Universidades Públicas - chegando ao absurdo de afirmar que haveriam "plantações de maconha" como afirmou o ministro Weintraub em recente entrevista para um site de fake news pseudo-jornalístico da direita.

Bolsonaro e Weintraub ressentem-se com a produção de conhecimento no país, são incapazes de entender a importância que as Universidades tem estrategicamente, porque o projeto estratégico dos dois é entregar todas as riquezas para multinacionais estrangeiras, "re-primarizar" a economia (tornando o país um produtor de matérias-primas e produtos de baixo grau de complexidade e baixo custo), e transformar o país num verdadeiro quintal americano/chinês/alemão.




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