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terça-feira 13 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Um pé depois o outro, um pé depois o outro, o outro, o pé encosta no outro. Depois vem um pé se encostando de novo. Vem um pé, vem um pé, vem o depois, vem o outro, vem. Não perca o equilíbrio, é um pé depois o outro. Nem vamos falar de direção. Nem vamos dizer que primeiro é o pé esquerdo, depois o direito, depois o esquerdo, depois o direito de ir à frente travado, fique focado, nem pensem em direção. Um pé depois o outro, depois você nem reclame que ficou para trás. Um pouco mais rápido. Mas você pode tropeça, não perca o equilíbrio. Vem devagar, mas você pode ficar pra trás. A trás do pé tem o outro, talvez você comece a andar pra trás. Calma, respira, pensa. Um pé, o outro, o outro, o outono vem depois do verão? Vem o outro com um pé grande, sapato pequeno, aperto no peito, um pé depois o outro. Tire o sapato. Pisa no chão. Não pisa na linha, esquerdo no preto, direito no branco. Cuidado, sapato emborcado mata a mãe. Cuidado, é um pé depois o outro.

Abacaxi em lata.

To confundindo farinha com açúcar. Estou descascando abacaxi da feira, foi você quem comprou, como posso não descascar. Sou eu quem aguenta a maré, a ré, a reza, o padre e sua missa. To confundindo nosso carinho por apego. Nem to sabendo escreve sobre você. To sentindo arrepio no braço. To com o braço cansado de descascar. To pensando em deixar passar a feira, nem vou olhar pra xepa. To comprando um cigarro, to indo distraído pra longe. To indo. To pensando em mar. A imensidão em mim não se acostuma a LATA. Abacaxi em lata nem tem gosto de fruta.

Fogo!

Paramos um momento. Respire por alguns instantes. A próxima parada é forte, deixa a cabeça tonta. Saída de Emergência, sinal fechado, esquina da padaria. Cruzamento perigoso entre corpos, saliva. Emergiu de algum canto algo que esquenta o meu ventre, mais preciso seria se eu falasse cu. Sim afirmo que estou com fogo no rabo,no cu, no ventre, no útero, na cabeça do pau, nos lábios, isso nos lábios virginais. Rezamos aqui para que o clitóris seja achado, lambido, excitado. É preciso um momento, para falarmos sobre o fogo na bacurinha, na cuceta, no mitilo. Que minha mãe leia esse texto e perceba que ela estava certa quando quis dá para vários caras. Tiraram o libido de toda uma geração. Nem venha fazer a pudica, rainha, princesa, recatada e bela. Venha todxs cheirosos, enviados por Eros, por Venus, por todas as feras e bichos que se escondem. Sim ainda é preciso se esconder, mas isso muda. Muda quando saímos pintosas, pitadas e guerreiras. Vamos a frente, a trás, de ladinho, meia nove, canguru perneta e de 4, se você também gosta assim como eu. Annis Nin me perdoe se já perdi o erotismo e fui parar na putaria. É que a sacanagem, a sacanagem me beija a boca, me aperta a cintura, as vezes ela só por sacanagem me beija devagarzinho. Rebola em cima de mim. Como você pode ver paramos em um momento, pois iremos falar em alguns instantes uma forte parada, uma parada pesada, mas é por motivos de emergência, não temos outra saída. Cruzamos dados e informamos agora: O FOGO NO RABO É O MELHOR PRODUTO NACIONAL




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