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CORONAVÍRUS | Denúncia: Supermercados Mundial não fornecem equipamentos de proteção aos trabalhadores

Em mais um exemplo de organização dos trabalhadores, na última semana, funcionários da rede Mundial de supermercados, do Rio de Janeiro, impuseram aos patrões suas demandas básicas de segurança diante da crise sanitária que assola a cidade, e o mundo todo.

segunda-feira 30 de março de 2020 | Edição do dia

Os trabalhadores que vinham sendo negligenciados no dia a dia do funcionamento das lojas, sendo obrigados a trabalhar sem as mínimas condições de segurança, recorreram ao sindicato dos comerciários do Rio de Janeiro para impor judicialmente que os patrões mudassem tal postura, que os colocava em alto risco diante da realidade de contaminação pelo novo coronavírus. Um juiz da Vara do Trabalho que recebeu a denúncia, através de material fotográfico, determinou que a rede Mundial deverá fornecer equipamentos de proteção (máscaras, luvas e álcool em gel) a todos os trabalhadores, e ainda afastar das atividades os trabalhadores com idade superior aos 60 anos, hipertensos e diabéticos, assegurando o recebimento de seus salários. Foi fixada uma multa de 5 mil reais por dia e por loja, caso a rede Mundial descumpra a decisão.

O descaso dos empresários e patrões com as vidas humanas cria uma situação que já vem despertando um forte sentimento de indignação dos trabalhadores de diversos setores (como nas inúmeras denúncias que seguimos publicando aqui no Esquerda Diário), a lógica capitalista de sede inesgotável por lucros os coloca em um cenário de incertezas, já que a possível perda de controle da situação pode gerar um iminente cenário de revoltas populares. Esse é mais um caso que faz com que salte aos olhos de uma grande parte da população brasileira as condições precárias impostas aos trabalhadores dos ramos de comércio, prestação de serviços e telemarketing.

Essa decisão favorável da Justiça brasileira (ainda que dentro do entendimento de a qual classe a Justiça está profundamente ligada), que impôs aos empresários o cumprimento de medidas básicas, no que se refere às necessidades dos trabalhadores, deve servir de exemplo para que o conjunto da classe trabalhadora, em seus diversos setores, se unam e se organizem impedindo os abusos dos patrões, que mesmo diante dessa nova e bem adversa realidade imposta pela pandemia só querem defender seus lucros. Tanto Bolsonaro como os governadores fazem demagogia e querem que, por um lado, a economia se mantenha "normalizada" enquanto milhões de trabalhadores são profundamente explorados ou, por outro, impondo quarentena limitada pela falta de testes, sendo que um número grande de brasileiros nem tem acesso a água potável.

Devemos defender a reorganização econômica para o combate do coronavírus; o afastamento das categorias que não são essenciais garantindo 100% dos seus salários e direitos; que a produção, sob controle dos trabalhadores, que são os únicos interessados em proteger sua saúde e vidas, se volte para fabricar todos os equipamentos e insumos necessários, de álcool em gel à respiradores, passando por uma ampla reivindicação em torno da realização dos #TestesMassivosJá. Todos os trabalhadores devem ter o direito de realizar os testes laboratoriais necessários para garantir suas vidas.




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