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PETROBRÁS DEMISSÕES | Demissões em massa em estaleiros em meio ao escândalo da Petrobras

sexta-feira 3 de julho de 2015 | 01:00

Esta semana, a direção do estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), comunicou que fecharia as portas, sem prestar maiores esclarecimentos sobre o futuro de seus trabalhadores. Cerca de 2 mil pessoas podem perder seus empregos. No final do mês passado, o estaleiro Eisa Petro-Um, na mesma cidade, já havia efetuado mil demissões. Segundo o jornal O Globo, as demissões no setor em Niterói já passaram de 3,5 mil.
Apesar do destaque midiático que recebe a operação Lava-Jato do ponto de vista político, pouco é informado das demissões provocadas pela crise da Petrobras. Desde o início da operação, já houve demissões em massa em estaleiros nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, isso sem contar o efeito cascata que afeta as demais empresas ligadas ao setor naval, e tantas outras que produzem para a Petrobras.

Segundo matéria publicada no Valor Econômico em fevereiro, até aquele momento os sindicatos já contabilizavam 20 mil demissões no setor. Desde então, esses números só cresceram com os constantes anúncios de paralisia no setor. Sem contar que mesmo antes das demissões, ou nos locais onde ainda não ocorreram, os milhares de trabalhadores e suas famílias amargam seguidos atrasos em seus salários e benefícios.

No caso de Niterói, o Sindicato dos Metalúrgicos, ligado a CUT, chama os trabalhadores a se mobilizar em defesa do emprego, porém discursa que o problema é a má administração da empresa, e o fato da investigação não punir apenas os corruptos, mas também as empresas, já que muitas das empresas que operam os estaleiros estão ligadas ao escândalo de corrupção, e, por isso, impedidas de participar das licitações da estatal. Do mesmo modo que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) fala em defender a Petrobrás e virar as páginas da corrupção.

É mais do que necessário defender os empregos, mas para tanto é preciso também uma luta contra a corrupção que a operação Lava-Jato explicita, e que já mostrou inclusive os casos em que um empresário admite ter comprado burocratas sindicais para evitar greves. Ou seja, não é possível defender o emprego sem defender também que se abram as contas das empresas, que saiam todos os corruptos, responsáveis pelos ataques aos trabalhadores, e que estas empresas, bem como toda a Petrobras, sejam controladas pelos trabalhadores e estejam a serviço da população.




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