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Delegada responsável pelo caso João Alberto nega que seja racismo

A delegada da Polícia Civil Roberta Bertoldo, responsável pela investigação do assassinato de João Alberto, disse que não se trata de um caso de racismo.

sábado 21 de novembro de 2020 | Edição do dia

(Foto: Reprodução/TV Record)

A chefe da Polícia Civil fez coro com as declarações da delegada. Nadine Anflor afirmou que é “óbvio” que existe racismo estrutural, mas que não se pode afirmar que este se trata de um caso de racismo. Essas declarações vão contra todo o histórico racista do Carrefour, como o caso do trabalhador Moisés, que morreu e ficou com o corpo coberto por guarda-sóis para que a loja seguisse funcionando, e contra a atuação racista de diversos supermercados, onde seguranças são instruídos a seguir e suspeitar de pessoas negras.

No caso de João Alberto, um dos seus assassinos era parte da Polícia Militar, uma instituição historicamente racista e que promove um enorme massacre da população negra nas periferias brasileiras. Anflor, inclusive, reconhece que não havia sequer possibilidade de defesa da vítima, que estava em minoria, perante a violência de seus atacantes. Somado a tudo isso, 3 a cada 4 pessoas que sofreram homicídios ou latrocínios no Brasil em 2019 eram negras, mostrando como há um enorme cruzamento entre esses fatores.

Tentar negar o caráter racista deste crime é uma proposição ridícula que busca fazer algum tipo de defesa dos assassinos de João Alberto. Outra pessoa que fez declaração parecida foi o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, que disse que não existe racismo no Brasil.

A luta por justiça para João Alberto é uma luta contra o racismo que ataca negros diariamente no Brasil, os relegando para os piores postos de trabalho e justificando o genocídio negro que ocorre no país.




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