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ARGENTINA | Del Caño debate com operários de fábrica sobre como enfrentar a reforma trabalhista

“Não queremos deixar mais a vida na fábrica!”, “iremos parar essa reforma e os ataques com os métodos da classe operária” são alguns dos eixos que colocaram os trabalhadores durante o debate, impulsionado pela Comissão Interna.

sexta-feira 17 de novembro de 2017 | Edição do dia

Nicolás del Caño com os operários de Stani – YouTube

Nicolás del Caño com os operários de Stani – YouTube

O projeto da reforma trabalhista que apresentou o Governo de Macri gerou um grande descontento e preocupação no conjunto dos trabalhadores. Em Modelez Victoria, a Comissão Interna vem realizando assembleias e colocando a necessidade de se preparar para dar uma grande luta. Por isso convidou a Nicolas del Caño (PTS/FIT), deputado nacional recentemente eleito pela Província de Buenos Aires, para intercambiar como enfrentar esse ataque e começar a nos organizar. Porque como declarou Miguel Maciel, um dos delegados, “tem a ver com nossas vidas e nosso tempo, de nossos filhos e nossos netos. Temos que dar um passo e nos unir para que os empresários não avancem sobre nossos direitos”.

Apesar do intenso calor do meio-dia, na entrada do turno da tarde e na saída do turno matutino, se desenvolveu um importante debate político entre trabalhadores e Nicolás del Caño, deputado dos trabalhadores, inédito nas grandes fábricas, que gerou muito entusiasmo e simpatia.

Muitos companheiros perguntaram como vai avançar a reforma trabalhista e como se pode freá-la. Nicolás del Caño denunciou que se trata de um combo, reforma trabalhista, da previdência e tributária. Querem avançar em conquistas que foram produto de anos e anos de luta de gerações. Eles têm um plano para atacar aos trabalhadores. E se organizam. Como conformamos um plano e como nos organizamos? Nicolás del Caño contou como os grandes empresários se organizaram e fundaram o PRO, um partido para ganhar o Governo e impor seu plano. A Frente de Esquerda conseguiu 1.200.000 votos, há um importante apoio que está crescendo, temos as bancas, e os deputados vão ser a voz dos trabalhadores e vão estar em cada uma das lutas dos trabalhadores, mas isso não se alcança. Temos que formar uma grande força para quebrar a vontade das patronais e do Governo. Assim como eles se organizaram para formar seu partido para defender seus lucros, nós temos que dedicar parte do nosso tempo para organizar nosso próprio partido e conformar nosso próprio plano para transformar a sociedade.

Um trabalhador disse: “Aqui a maioria dos trabalhadores tem filhos e quer o melhor para eles. Essa reforma não é melhor nem para nós nem para nossos filhos! Pelo Convênio Mantecol estamos encerrados aqui de segunda a sábado e entramos nos domingos à noite. Não queremos deixar mais a vida na fábrica! Temos que nos organizar se não queremos essa Reforma que é um avanço ainda maior na flexibilização laboral e se não queremos que sigam avançando mais sobre nossas vidas. E para isso temos que dedicar tempo a nos organizarmos assim como eles”.
Nicolás del Caño enfatizou a necessidade de avançar na organização do Movimento de Agrupações Classistas para superar a organização por fábrica e a luta setorial, para conquistar uma organização de todos os trabalhadores que em primeiro lugar quer lutar contra esse combo de reformas contra os trabalhadores e o povo. E desde essa organização lutar por exigir dos Sindicatos um plano de luta nacional, e chamar a todas as organizações a dar uma luta em comum.

Além disso, é importante enfatizar que querem que acreditemos que o Governo e os empresários são fortes e os trabalhadores são débeis. Isso não é certo. O macrismo não tem a maioria no Congresso. Mas tem a cumplicidade da CGT que está vendo o que negociar, e o PJ que vai votar o que a CGT diga. Eles se veem como classe, nós também. Nos dizem que cada um tem que se ocupar de seus próprios problemas, e querem que acreditemos que nós, os trabalhadores, não temos força. Os trabalhadores ao longo da história conquistaram enormes conquistas, depois de enormes lutas.

Desde as bancas queremos estar a serviço de desenvolver essa organização e essa força. Ao mesmo tempo que nos organizamos para derrotar essas contra-reformas, contrárias aos interesses dos trabalhadores, com essa mesma força podemos lutar por uma saída dos trabalhadores, desenhar nossa própria estratégia, nosso próprio plano. Queremos ir por uma mudança de fundo, outro tipo de sociedade, onde não haja nem explorados nem exploradores, onde o avanço da técnica esteja a serviço da maioria, reduzir a jornada laboral e que todos tenham trabalho, acesso à saúde, à educação, à arte e à cultura. Temos que dar uma saída de fundo anticapitalista e socialista. Para isso, há que construir um partido de trabalhadores. Desde as bancas queremos nos colocar a serviço dessa luta, que seja uma engrenagem para construir uma organização e forjar essa grande força que possa derrotar esses planos de ataque e lutar por outra sociedade.

Um trabalhador saludou que um deputado como Nicolás del Caño vá à fábrica e tome o centro dos trabalhadores, enquanto que nenhum representante sindical veio à fábrica a perguntar nada. “Eles se juntam e discutem nosso futuro, mas não fazem assembleia nem vêm à fábrica como fez Nicolás del Caño colocando sua banca a serviço dos trabalhadores”. Outro trabalhador disse “há que mostrar o descontento, fazendo grandes ações e mobilizações. Não podemos ficar de braços cruzados. Está muito bem que se comece a coordenar a luta e que se comecem a realizar ações como o corte de rua na região do Obelisco”. Outro trabalhador declarou que “vamos lutar para conquistar a unidade de todos os trabalhadores”.

Nesse sentido se reafirmou que é chave participar do reagrupamento que está sendo impulsionado pela PepsiCo e das ações que surjam, lutando com os sindicatos para que rompam com a trégua, e dar o combate no plenário nacional da alimentação do 27 de novembro.

Maximiliano Montero, delegado, afirmou: “que esteja hoje Nicolás del Caño na porta de Mondelez Victoria é muito importante, porque temos que unir a luta no parlamento, com um Deputado dos trabalhadores, com a luta que vamos dar os trabalhadores nas ruas com a mobilização, chamando a uma paralisação, ou seja, com os métodos da classe operária. Os dirigentes peronistas e da CGT nos querem fazer acreditar que essa reforma vamos pará-la no parlamento. Mas essa reforma e os ataques iremos pará-los com os métodos da classe operária”.
Assim culminava um importante intercâmbio político entre os trabalhadores de Mondelez e Nicolás del Caño, deputado dos trabalhadores. Os delegados agradeceram a presença tanto a Nicolás del Caño, como aos trabalhadores, alentando que esse intercâmbio, que começou durante a campanha da Frente de Esquerda, continue, porque fortalece a organização dos trabalhadores.




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