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ÓLEO NAS PRAIAS | Defesa alerta risco de óleo chegar ao Sudeste, mas Bolsonaro assiste a tragédia

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, admitiu no início da noite desta quarta-feira, 30, em Salvador, que as manchas do óleo que poluem as praias do Nordeste podem chegar à região Sudeste. A informação tinha sido passada mais cedo pelo comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior.

quinta-feira 31 de outubro de 2019 | Edição do dia

Azevedo se reuniu na capital baiana com representantes de diversos órgãos ambientais, como Ibama e Secretaria Estadual de Meio Ambiente, para se inteirar das ações que já são adotadas no âmbito do Segundo Distrito Naval para conter o avanço das manchas.

Segundo o ministro, essa é uma tendência, tendo em vista o fato de o óleo estar descendo o litoral. Ele observou, porém, que as manchas surgiram em setembro e foram descendo pelas praias nordestinas, já tendo chegado a Ilhéus, no sul da Bahia, novamente em volume baixo.

O ministro também declarou que o trabalho está sendo realizado em três etapas: apuração do ocorrido, por meio de inquérito instaurado pela Polícia Federal para descobrir a autoria do vazamento; contenção, com a identificação no mar do local de aparecimento do óleo; e, por fim, reparo dos danos e limpeza das praias.

Até esta quarta-feira, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 283 localidades de 98 municípios dos nove Estados nordestinos foram atingidas pelo óleo.

No entanto, Bolsonaro se recusou a acionar de fato o Plano Nacional de Contingência, apesar do que diz o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Um documento, assinado por procuradores da República de nove estado do Nordeste, alega que, para que plano seja colocado em funcionamento, se faz necessário o reconhecimento de material formal “da significância nacional do desastre ambiental”. Isso, segundo o MPF, não foi feito.

A única preocupação de Salles e Bolsonaro é culpar a Venezuela pelo desastre, afirmando que não é de responsabilidade do governo pelo fato do óleo ser estrangeiro. Perante o leilão de um volume extraordinário de petróleo em bacias de pré-sal, agendado para o dia 6 de novembro, o recado do governo para os monopólios imperialistas que participarão da venda é: "seus lucros estarão garantidos, independente da destruição ambiental que fizerem". Uma realidade provada pelos desastres de Brumadinho e Marianna, em que as mineradoras responsáveis não só não foram punidas como voltaram a operar a exploração.

É preciso tomar como exemplo a luta de classe no Chile, onde a força da classe trabalhadora unida a juventude possa criar um movimento capaz de responder todo este regime político que massacra a população e extermina o meio ambiente. Mas também para impor uma investigação independente desse desastre, pois não dá para confiar em uma investigação protagonizado por Bolsonaro ou pelo judiciário que tem mil laços com esses monopólios do petróleo.




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