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FAFICH - UFMG | Debate aborda a crise capitalista e os desafios do marxismo na UFMG

A atividade realizada na quarta-feira (4) na FAFICH foi a 1ª sessão do Ciclo de Debates Marxistas e contou com o convidado Iuri Tonelo, doutorando em Sociologia na UNICAMP e autor do livro “A Crise Capitalista e Suas Formas”, que foi apresentado na atividade.

Francisco MarquesProfessor da rede estadual de Minas Gerais

sexta-feira 6 de outubro de 2017 | Edição do dia

Esta primeira sessão foi intitulada “10 anos de crise capitalista e os desafios do marxismo” e reuniu dezenas de estudantes de diversos cursos, de dentro e de fora da FAFICH e da UFMG, além de professoras. O Ciclo de Debates Marxistas é organizado pela juventude Faísca, pelo Pão e Rosas e pelo Esquerda Diário.

A atividade começou com uma exposição do convidado, Iuri Tonelo, e seguiu com perguntas e colocações dos presentes para o debate, em uma viva discussão sobre a situação econômica e política do Brasil e do mundo, que reafirmaram a atualidade do marxismo para entender a realidade e para buscar uma saída em uma conjuntura brasileira de fortalecimento da direita e ataques à classe trabalhadora, à juventude e às mulheres, negros e LGBT.

Na exposição inicial Iuri afirmou que as crises econômicas desde a década de 70 são uma base para atual crise do sistema capitalista, e que a crise que estourou em 2007/2008 escancara as contradições insolúveis do sistema capitalista em sua época imperialista, que segundo a formulação de Lênin é uma época de crises, guerras e revoluções. Começamos a ver expressões disto depois de décadas de domínio capitalista sem grandes mobilizações com as revoluções no mundo árabe em 2011, as grandes lutas operárias na Grécia, na França e mesmo no Brasil, neste ano, nas lutas da juventude na Espanha, nos EUA, no Chile e no Brasil em 2013, e com as lutas da mulheres que se levantam em todo o mundo, dos negros e LGBT.

Para Iuri a situação atual mostra como o neoliberalismo, a hiperfinanceirização e os ataques e flexibilizações ao direitos trabalhistas a partir dos anos 80 não foram capazes de resolver a longo prazo o problema estrutural da economia e do sistema capitalista.

A parte da exposição que mais suscitou debates foi sobre a atual crise orgânica que vivemos, em que os partidos tradicionais se enfraqueceram e se abriu espaço para a extrem-direita representada de diferentes maneiras por Trump, Le Pen na França e mesmo Bolsonaro no Brasil. Mas essa crise orgânica também abriu espaço à esquerda, que vem sendo majoritariamente ocupado por uma nova esquerda mais radical, que entretanto ainda defende uma perspectiva reformista.

As perguntas e intervenções durante o debate foram sobre como enfrentar esta extrema-direita que se fortalece aqui, representada por Bolsonaro e pelo MBL, em um contexto onde o caminho da greve geral foi traído pelas centrais sindicais tradicionais e os comandantes do próprio Exército brasileiro também jogam água neste moinho reacionário com declarações ameaçando um golpe militar.

As intervenções do convidado e de outros presentes buscaram apontar como é necessário fortalecer uma perspectiva marxista, operária, militante e anticapitalista para enfrentar esta direita, superando as experiências fracassadas do neorreformismo a nível mundial, como o Syriza na Grécia, partido da esquerda radical antiausteridade que, apostando nas eleições e na negociação com os imperialismos e com a burguesia, acabaram derrotados e aplicando um brutal ajuste fiscal no governo daquele país. O sentido geral das falas remarcou a necessidade de difundir as ideias marxistas, recuperar os sindicatos das mãos da burocracia para servirem para a luta e construir organizações políticas com a juventude e a classe trabalhadora que querem resistir.

Em breve disponibilizaremos o vídeo do debate.




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