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GOVERNO BOLSONARO | Damares pode acabar com análise das ossadas de Perus impedindo famílias de enterrarem seus entes

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta chefiada pela ultra reacionária Damares Alves, ameaça parar com a investigação das ossadas do cemitério de Perus, impedindo famílias de enterrarem seus mortos e protegendo as atrocidades da ditadura militar.

quarta-feira 27 de novembro de 2019 | Edição do dia

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta chefiada pela ultra reacionária Damares Alves, ameaça parar com a investigação das ossadas do cemitério de Perus, um dos mais importantes locais onde os corpos dos assassinados pela ditadura eram jogados.

A análise das ossadas iniciou em 2010, a partir de uma ação civil pública, onde a União foi condenada à analisar 1.049 sacos com ossadas que foram retirados em 1990 de uma vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, no bairro paulistano de Perus.

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Ossadas aguardaram mais de 30 anos para serem analisadas

Após retiradas do cemitério de Perus, as ossadas ainda permaneceram anos em estado precário no Cemitério do Araçá, mostrando o profundo descaso com os mortos na ditadura e nenhuma perspectiva de reconhecer os corpos e dar o direito às famílias que enterre seus entes. Depois ação jurídica, a União foi condenada a realizar a análise genética dos remanescentes ósseos com a finalidade de identificar possíveis desaparecidos políticos assassinados pela ditadura militar e jogados na vala.

Cemitério de Perus: sacos com as ossadas são retirados. Temos o direito de enterrar nossos mortos!

Agora, há poucos dias da data limite que a Unifesp, local onde são realizados os estudos das ossadas para sua identificação, possui para requerer os recursos necessários, o governo Bolsonaro alega falta de verbas. Segundo a estimativa dos pesquisadores, a investigação deve ser concluída em 2020, dando um fim à agonia de dezenas de famílias que há 30 anos aguardam este direito e mais de 40 anos desde que seus familiares foram mortos e tiveram seus corpos ocultados pela Ditadura militar.

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Não é uma surpresa que este odioso governo reacionário e amante da Ditadura Militar segue atacando a memória dos desparecidos políticos que enfrentaram o regime. Bolsonaro frequentemente exalta ditadores de outros países e também homenageia torturadores como o Coronel Brilhante Ustra, responsável por torturar centenas de pessoas, inclusive mulheres e crianças.

Mas, não é somente no discurso que esse governo quer prosseguir na defesa da casta dos militares: interrompendo a pesquisa, Bolsonaro segue legitimando e escondendo as brutais atrocidades cometidas pela ditadura militar e pelos militares. Para além disso, Bolsonaro segue escondendo também a participação do imperialismo estadunidense na ditadura militar, responsável por patrocinar e lucrar com esse período violento na história recente do Brasil.

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Enquanto tira o direito de familiares enterrarem seus mortos, Bolsonaro também garante, ao máximo que pode, a impunidade dos militares e seus privilégios, sendo poupados da reforma da previdência e ganhando ainda mais benefícios a partir dela, e segue também sua forte aliança com o imperialismo, com sua política ajustadora e privatista, garantindo que os capitalistas explorem mais, mantenham seus lucros, às custas dos trabalhadores.




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