×

ESQUERDA DIÁRIO IMPRESSO | Da lua à luta

POEMA de Tayla Fernandes

quarta-feira 3 de agosto de 2016 | Edição do dia

Se acaso eu dormir
Chegue de mansinho
Me aninhe em seus braços
Diga palavras de aconchego
Enquanto eu me alinho de volta dos delírios da revolta

Se acaso eu dormir
Me cubra com carinhos doces no rosto borrado de raiva
Me lembre como é importante manter os olhos abertos
Sempre a frente, ou ao lado (seu)

Se acaso eu dormir
Me dê o remédio da esperança, ali na estante, na prateleira política
Susurre em meus ouvidos um bocado de histórias, teses, teorias e utopias

Se acaso eu dormir
Coloque aquela música africana pra tocar pra eu lembrar de onde vim e o porquê de estar aqui
Dance comigo no colo pra eu sentir os calos da sua luta misturadas as minhas

Se acaso eu demorar a acordar
Me cubra de TNT pixados de força
Batuque meu peito com paródias instantâneas pra eu nunca estar no passado

E se acaso eu não mais acordar
Me deite sob um filtro dos sonhos bordados por mãos de proletários artesãos
Pegue minhas armas
Me beije a testa, e por amor:
Não durma!


Temas

Cultura



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias