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GOLPISTA E RÉU | Cunha, direto do banco dos réus, se vê como paladino da moral e da justiça

Com o golpe consolidado no senado em meio ao que existe de mais conservador e reacionário na política brasileira, Cunha deseja sorte ao golpista Michel Temer e diz que o impeachment é a prova de que agiu com lisura no processo quando era ainda presidente da Câmara.

Douglas SilvaProfessor de Sociologia

quarta-feira 31 de agosto de 2016 | Edição do dia

Enquanto o impeachment é aprovado no Senado pelos homens da direita, da “moral e dos bons costumes”, Cunha faz questão de destacar sua importância no processo e acusar a intenção de seu “extermínio político” como forma de fazer com que a “opinião pública esquecesse a farta demanda pelo impeachment”, declara na carta aos deputados.

Na segunda-feira, durante a defesa de Dilma no Senado, a agora presidenta impeachmada buscou dar uma cara ao golpismo, lembrando o papel danoso de Cunha à sociedade.

Contudo, a posição de Cunha como réu é bem diferente da que apresentou sobre seu próprio papel no processo do impeachment. Por um lado, se vê como o paladino da justiça, honestidade e da democracia. Mas por outro, a realidade mostra que o ex-presidente da Câmara é a cara do golpismo, da corrupção e do reacionarismo que dirigiu ao lado do que existe de mais conservador na sociedade brasileira o golpe no Brasil contra a juventude e os trabalhadores.

Assim, Cunha busca se inocentar do processo que o acusa de ser beneficiário do esquema de corrupção da Petrobras, exaltando sua lisura e importância na abertura do processo de impeachment em 2015 e buscando apoio entre deputados para adiar seu processo que até agora tem sessão marcada para o próximo dia 12. Enquanto isso, parlamentares ligados ao golpista buscam adiar seu julgamento para o próximo dia 19, quando acreditam que terá menos deputados em Brasília devido a concentração nas eleições municipais.




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