Os tomógrafos haviam sido prometidos à UPA da comunidade pelo prefeito. No entanto, os moradores descobriram que os aparelhos estavam sendo montados dentro da Igreja Universal na entrada da comunidade.
sexta-feira 1º de maio de 2020 | Edição do dia
Localizada na cidade do Rio, a Rocinha é uma das maiores favelas da América Latina. Com 69 mil habitantes, é também a 15ª região da cidade em número de mortes e casso confirmados. Nesse marco, a região foi escolhida pela prefeitura para receber tomógrafos para poder auxiliar no diagnóstico de coronavírus.
No entanto, na manhã de quarta, os moradores da comunidade tiveram uma desagradável surpresa: ao invés de estarem sendo colocados na UPA do bairro, como prometido pelo prefeito aos moradores, os tomógrafos estavam sendo instalados no estacionamento da Igreja Universal do Reino de Deus do local, igreja da qual Crivella é bispo.
A prefeitura confirmou o caso alegando que "levou em consideração a infraestrutura para instalação rápida dos equipamentos e a proximidade do metrô". No entanto, fica evidente como o prefeito está buscando favorecer a igreja de qual é a parte. Não seria, inclusive, a primeira vez. Denúncias de atos similares surgiram aos montes nestes quase 4 anos em que Crivella esteve na prefeitura. Quem não lembra do episódio do "fala com a Márcia", em que o prefeito oferecia para fieis furarem a fila dos atendimentos no sistema de saúde.
Grave por si só, a denúncia piora por se tratar da Rocinha, uma das áreas mais vulneráveis da cidade, que sofre com habitações lotadas e um problema crônico de saneamento básico.
O nível de crueldade de Crivella de em plena pandemia usar isso para favorecer sua igreja é impressionante. É necessário urgentemente lutar por um plano de emergência para o combate a pandemia, começando pelos testagem massiva e pela estatização dos leitos privados.
