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RIO DE JANEIRO | Crivella e Witzel deveriam pagar salário a feirantes e camelôs durante a quarentena

terça-feira 17 de março de 2020 | Edição do dia

Com o decreto estadual n° 46966 de 11/03/2020, feiras e concentrações públicas foram canceladas. Milhares de trabalhadores, durante a semana, foram recebendo notícias dos cancelamentos das feiras. Os trabalhadores feirantes, seja de feiras de produtos alimentícios, sejam de feiras de arte, comida e etc, são um alvo fácil em um caso de epidemia do coronavírus pela própria falta de estrutura oferecida pela prefeitura e pelo Estado.

Apesar de muitas das feiras canceladas serem ao ar livre, e o covid-19 não proliferar pelo ar, ocorre que os feirantes entram em contato direto com as pessoas, seja ao manusear o dinheiro, seja pela própria concentração de gente. E, estas feiras, em sua totalidade -da zona sul à zona oeste, e mais ainda na baixada, nunca contaram com uma estrutura por parte da prefeitura e do governo do Estado. Não há banheiros, quando há, são banheiros químicos. Muitos não tem como deixar seus postos de trabalho, e há uma falta crônica de produtos de limpeza no mercado, com farmácias vendendo caríssimo seus últimos estoques de álcool em gel.

Assim como quando pescadores não podem exercer sua pesca, e tem acesso à um subsídio do estado durante o período chamado de "defeso" (de procriação dos peixes), Crivella e Witzel tem a obrigação de garantir com que os feirantes e os trabalhadores informais em geral, camelôs, vendedores de rua etc, devem receber um auxílio do estado e da prefeitura com no valor de um salário mínimo calculado pelo DIEESE, que hoje é de R$ 4.342, calculado em cima da diária da quarentena que se iniciou à partir do final de semana.

Witzel e Crivella coletam milhões em impostos advindos destas feiras, e tem a obrigação de retribuir à aqueles que, igual à todo resto da classe trabalhadora que não é informal, sustentam a economia do estado e produzem a riqueza. Ao contrário disto, Witzel anunciou ajuda para empresários do comércio e serviços, ou seja, priorizando os capitalistas em detrimento dos trabalhadores.

Para se ter uma política séria de quarentena é preciso garantir o sustento e o emprego de todos os trabalhadores (sejam eles efetivos, terceirizados ou informais), que devem ter o direito à licença remunerada sem desconto do salário e sem ameaças de demissão pela patronal!

A crise do coronavírus revelou a hecatombe produzida por décadas de desmonte da saúde pública. É preciso investir imediatamente em testes para toda a população, como feito na Coréia do Sul, assim como é preciso criar leitos nos hospitais, investir nos profissionais de saúde - recontratando diretamente todos os que Crivella demitiu, mais os milhares formados na área de saúde que estão desempregados. Isto pode ser financiado com a taxação das grandes fortunas dos empresários que seguem perseguindo o lucro apesar da pandemia mundial do coronavírus.

Crivella e Witzel sinalizam que só vão dar retribuições aos capitalistas. É preciso que os trabalhadores se auto-organizem em suas categorias para impor estas demandas.

Leia mais: Diante do coronavírus e da crise da saúde pública: nossas vidas valem mais que os lucros deles!




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