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CAXIAS | Cristóvão faz assembléia de base: ED entrevista professor de filosofia Osvair Morgan

domingo 28 de fevereiro de 2016 | 20:16

Qual sua avaliação do governo Sartori e a situação da educação pública no país e no estado do RS?

O Governo Sartori está fazendo uma gestão típica de quem tem o compromisso maior com o grupo dententor do capital, o estado. Está deixando as necessidades da população, para quando sobrar recursos. Se tiver dinheiro sobrando ele investe em educação, saúde e segurança. Não tem demonstrado compromisso, nem preocupação em tentar resolver esses problemas. Mantém um discurso evasivo e uma prática também. Vive de queixas e nada de propostas ou projetos, para atender as necessidades da população. Em relação a educação era previsto isso, pelas piadas da campanha. Esqueceu que foi professor um dia, ou que a educação de qualidade é um dever do estado.

A educação no país, embora tenha sido estendida em termos de quantidade, está muito defasada em qualidade. E agora em nome da "crise", dá sinais de retrocesso em vários quesitos. Teremos alguns anos de turbulência ainda maior na área. Historicamente, nunca tivemos um projeto sólido para a educação do povo.

Como você avalia a atuação da Direção Central do Cpers e do 1º nucleo do Cpers em caxias?

A direção central do sindicato dos professores do RS, é um espelho dos sindicatos instrumentalizados por partidos. Se usa uma técnica de negociação preocupada em conquistar alguns "benefícios", para a categoria, para ser usada como bandeira de barganha e promoção pessoal. Falta um projeto de luta de base com estratégias, projetos, para criar uma consciência de participação dos professores. Sem falar nas estratégias partidárias que são implantadas, usando a classe como massa de manobra, causando descrédito na categoria e população.

Em relação ao primeiro núcleo, me representa um certo cansaço. Vejo poucas ativides de conscientização da categoria. Tem as reuniões no núcleo, com as mesmas pessoas sempre. Não há uma estratégia de buscar expandir a participação de mais membros. Até a comunicação com a categoria é restrita. Não são usadas as ferramentas que a tecnologia disponibiliza para informar e mobilizar os professores.

Como vocês estão se organizando no Cristovão para enfrentar o governo Sartori?
Na sua avaliação quais as perspectivas de luta para 2016?

Na escola Cristóvão de Mendoza, há uma iniciativa de discutir os problemas da categoria que não se ouve dizer nas outras escolas. Há uma participação razoável.Também sentimos a falta de uma orientação sindical, sobre os passos que possam ser dados. Mas quero resaltar o espaço de discussão entre os professores e com os próprios alunos. Deste espaço, é possível gestar sementes de organização e mobilização. Eu vejo que o Cristovão tem o diferencial de promover espaços de discussão sobre a situação da educação. Permitindo que todos possam expressar o que sentem. Na maioria das outras escolas, as discussões acontecem somente em espaços informais, em pequenos grupos, nunca no grande grupo. São poucas escolas que tem esse espaço amplo para discussão, o que deveria ser corriqueiro.

Este ano promete ser bem intenso nas mobilizações, devido ao ataque constate aos direitos da educação. Salários atrasados, escolas sucateadas, falta de material. Há uma degradação generalizada no ambiente escolar. Se não reagirmos com força, vamos sofrer muito.




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