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INTERNACIONAL | Crise política na Itália: primeiro ministro Giuseppe Conte anunciou sua renúncia

A crise política na coalizão do governo italiano tornou-se incontornável e o primeiro ministro, Conte, anunciou sua renúncia nessa terça, ao mesmo tempo em que denunciou o ultradireitista ministro do Interior, Matteo Salvini, por forçar a ruptura.

quarta-feira 21 de agosto de 2019 | Edição do dia

O primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, confirmou que apresentará sua demissão nessa terça ante o presidente da República, Sergio Matarella, depois da crise de governo aberta no país entre o direitista Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a ultradireitista Liga.

A crise política se precipitou há duas semanas quando o ministro do Interior e líder da ultradireitista Liga, Matteo Salvini, ameaçou com pedir uma moção de censura, rompendo na prática com a coalizão de governo que mantinha com o M5S.

“A crise em curso mina a ação desse governo que se detém aqui (...) Aproveito para comunicar que apresentarei minha demissão como chefe de governo ante o presidente da República”, disse Conte, numa intervenção no Senado, depois de que o líder da Liga, ministro do Interior e vice-presidente do Executivo, Matteo Salvini, apresentou uma moção de censura contra o seu mandato.

Conte pronunciou um discurso em que acusou Salvini por seu oportunismo político e “irresponsabilidade institucional”, ao haver desatado uma crise “que levou o país a uma espiral de incerteza política e financeira”.

O primeiro ministro, no momento de saída, acusou o chefe da Liga de sacar proveito de sua crescente popularidade nas pesquisas e desencadear eleições antecipadas: “(Salvini) demonstrou que está seguindo seus próprios interesses e os de seu partido”, disse Conte a um Senado lotado, com Salvini sentado ao seu lado. “Suas decisões apontam sérios riscos para este país”.

O breve governo de Conte, de apenas 17 meses, foi produto de um acordo político entre o M5S e a Liga, em que o papel do primeiro ministro seria o de uma figura decorativa enquanto o poder real recairia entre Luigi Di Maio (M5S) e Salvini (Liga). Ambos seriam vice primeiro ministros, tendo o primeiro o cargo do ministério do Desenvolvimento enquanto o segundo o do Interior.

Foi desde o ministério do Interior que Salvini implantou sua política de ódio aos imigrantes, de xenofobia e racismo, como também um discurso populista de direita que foi apagando o poder do M5S dentro da coalizão de governo à medida que Salvini e a Liga se fortaleciam e se tornavam cada vez mais populares.

O resultado das recentes eleições europeias, as quais Salvini confirmou seu fortalecimento político, foi o que terminou por convencê-lo para fraturar a coalizão e forçar uma convocação antecipada das eleições.

Depois da renúncia de Conte, o presidente Matarella deve decidir os passos a seguir quanto à formação de um novo governo ou se convoca eleições antecipadas.




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