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CRISE EM MINAS GERAIS | Crise e Calamidade em MG: o trabalhador não pode pagar essa dívida

Dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) apontam que a dívida do Estado de Minas Gerais ultrapassa sua receita em mais de 200%, gastando até 78% com folha de pagamento, e junto com os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul decretaram calamidade financeira e pleiteiam uma negociação especial de suas dívidas com a União.

quarta-feira 5 de abril de 2017 | Edição do dia

Minas gerais é disparadamente o estado brasileiro com maior número de municípios, totalizando 853, onde grande parte deles sobrevive basicamente do repasse estadual e onde os únicos postos de trabalho são de funcionários públicos. Em cada município que se encontra nessa situação há gastos enormes com pagamentos de funcionários de prefeituras que por muitas vezes administram cidades com poucos milhares de habitantes.

Além desse fato há os gastos com a próprio governo do estado de MG com o alto escalão de funcionários públicos, como os deputados que recebem um salário líquido (fora os descontos) de R$ 17.208,54, segundo a Assembléia legislativa de Minas Gerais, além de auxílio moradia de R$ 4.377,73, e da absurda verba indenizatória que após sofrer um aumento de 35% em 2016 votado pelos próprios deputados, passou de R$ 20.000 para R$ 27.000.

A construção da nova cidade administrativa, no vetor norte da capital mineira, também foi um fato que onerou o estado de Minas Gerais. Após sua conclusão que ultrapassou a previsão inicial em quase 40% , a Cidade Administrativa consumiu 1,2 bilhões de reais, entre obras e equipamentos, pra ser inaugurada e apresentar pouco tempo depois trincas, rachaduras e afundamentos. O novo centro administrativo mineiro foi planejado com o intuito de diminuir os gastos com esse setor, segundo seus idealizadores, o que de fato não ocorreu, pois os gastos sofreram aumento em vários setores como secretarias de Educação e Obras Públicas e autarquias como IPSEMG e DETRAN, além da criação de 5 novas pastas que custaram 44 milhões de reais a mais para os cofres públicos do estado, durante a gestão Anastasia.

Além dos gastos exorbitantes do governo estadual, ainda temos o prejuízo com as mineradoras instaladas em Minas Gerais que pagam um valor muito baixo em commodities enquanto levam toda a riqueza mineral do estado e deixam o rastro de destruição como o crime ocorrido em Mariana de responsabilidade da Samarco. A mineradora Vale, alcançou só no segundo semestre de 2016 a margem de lucro de 3,6 bilhões e de todo seu lucro, apenas 2% é repassado ao estado como pagamento de Royalties. Não bastasse esse valor irrisório a ser pago pela exploração mineral, a Vale manteve entre os anos de 1998 a 2013 uma dívida que girava em torno de R$ 5 Bi em pagamento de royalties, dinheiro que certamente fez muita falta em setores como Saúde e educação.

Não podemos pagar a conta de um estado falido que como conseqüência de suas dívidas atrasa e parcela o pagamento de funcionários com baixos salários enquanto reajusta absurdamente o valor de regalias dos deputados, que retira investimentos da educação e saúde, permitindo o sucateamento de serviços públicos enquanto os deputados recebem um auxílio moradia muito superior à renda da maior parte das famílias mineiras, que garante o lucro das grandes mineradoras enquanto o índice de desemprego cresce a passos largos e muitas famílias ficam sem ter como obter seu sustento.

A solução para essa crise não pode ser tirada das costas dos trabalhadores mas sim da taxação daqueles que possuem grandes fortunas, como os prefeitos de Betim, Vitório Mediolli e Belo Horizonte, Alexandre Kalil e da Família Neves. O fim dos privilégios dos funcionários de alto escalão como as elevadas verbas e auxílios recebidos por deputados, aumento do valor a ser pago pelas mineradoras em relação aos royalties e reestatização da Vale do Rio Doce sob controle dos trabalhadores e população. É necessário que sejam priorizados os investimentos nas áreas vitais para os trabalhadores como saúde, educação, além de um plano para acabar com o desemprego no estado.




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