×

Atentado em Pernambuco | Criança de 9 anos é morta vítima de atentado a liderança comunitária em Barreiros PE

Criança de 9 anos, filha de uma liderança comunitária no Engenho Roncadorzinho em Pernambuco, é assassinada a tiros por homens fortemente armados em atentado contra a vida de seu pai.

sexta-feira 11 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Foto: reprodução

O atentado contra Geovane da Silva Santos ocorreu às 21 horas de ontem, dia 10, quando sete homens fortemente armados invadiram sua casa atirando. Geovane sofreu um tiro de raspão no ombro mas seu filho foi executado embaixo da cama do casal onde a mãe e ele tentavam se proteger do ataque.

Geovane é uma das principais lideranças comunitárias do Engenho Roncadorzinho, uma comunidade de agricultores que ocupa a área do antigo Engenho que foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma Massa Falida sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou. Segundo agricultores da região, a casa do então presidente da associação já havia sido alvo de outros ataques.

A ocupação da área do Engenho se deu depois da falência da Usina e por parte dos próprios trabalhadores e outros que eram credores da Usina e não receberam nada com o encerramento das atividades. A comunidade existe há 40 anos e abriga 90 famílias com cerca de 400 agricultores, entre estes 150 crianças.

Pode interessar: Bolsonaro comemora crime histórico: "No meu governo, não foi demarcada terra indígena"

Atualmente a área é objeto de processo entre o arrendatário e síndico da falência da usina e os trabalhadores locais que reivindicam a ocupação da área. Em outubro de 2021 por via de decisão liminar da Justiça proferida pela 2a Câmara Cível do TJ-PE barrou a reintegração de posse do local, mas as tensões continuam.

A comunidade tem sido vítima nos últimos anos de atos de violência e ameaças por parte de empresas que exploram economicamente a área e os recursos naturais da região. Esse tipo de ação ‘gangsterista’ tem sido uma marca do governo Bolsonaro que encorajou o agronegócio e as grandes empresas a avançarem com métodos bárbaros sobre ocupações de terras improdutivas, terras indígenas e quilombolas e tem seus reflexos reacionários nos assassinatos de Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro, de Durval, trabalhador negro morto a tiros pelo seu vizinho militar, de Marcelo Caraballo imigrante venezuelano em SP e muitos outros.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias