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CORONAVÍRUS | Covid-19 se espalha pelos interiores do Brasil: Colapso da saúde iminente

Com o agravante da nova cepa do coronavírus Estados de norte a sul do país relatam lotação explosiva dos leitos de UTI, filas de espera e falta de insumos como cilindros de oxigênio para tratamento de pacientes. Cidades pequenas e médias estão à beira do colapso de seus sistemas de saúde.

sábado 20 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Divulgação/Agência Pará

A situação foi relatada por médicos, secretários de saúde e pacientes em diversos estados do país e com a tendência da disseminação da nova variante do vírus o cenário pode piorar muito nas próximas semanas. Muitos hospitais estão recusando novas internações por falta de leitos e inclusive chegando ao absurdo de dar altas precoces para pacientes internados nas UTIs para darem conta do atendimento de casos gravíssimos.

Em Minas Gerais cidades como Uberlândia e Monte Carmelo chamam a atenção por estarem respectivamente com 95% e 100% de seus leitos de UTI ocupados enquanto o número de casos confirmados não para de crescer. Em vídeo recente publicado nas redes sociais o prefeito de Monte Carmelo, Paulo Rocha, pediu doação de cilindros de oxigênio para o hospital da cidade que apresenta um aumento no consumo de 11 e até mesmo 24 vezes, um estado de calamidade pública!

A região de Maringá, no Paraná, está há semanas à beira do colapso com 100% da lotação das UTIs do Hospital Universitário da cidade.
No Rio Grande do Sul, as cidades da Grande Porto Alegre como São Leopoldo e Gravataí, além de cidades da região da Serra Gaúcha, como Gramado, apresentam superlotação de seus hospitais e um cenário difícil nas cidades, com suspensão do retorno as aulas, proibição de eventos, suspensão de cirurgias eletivas e adaptação de leitos comuns para UTIs.

Santarém, cidade do interior do Pará na região Norte, a situação também é grave. Mesmo após a ampliação do número de leitos de UTI de 20 para 60 a fila de espera para atendimento na UPA segue com pacientes necessitando serem transferidos. A cidade também conta com o problema da falta de médicos para atender os pacientes, tendo parado a residência de recém formados para coloca-los nas escalas das unidades de tratamento intensivo.

A cidade de Ponta Porã, no Estado de Mato Grosso do Sul já na divisa com o Paraguai a situação é indignante. Segundo Demetrius do Lago Pareja, diretor do Hospital Regional de Ponta Porã não há mais vagas disponíveis e o cenário é o seguinte: “Já estamos em uma situação de colapso agora. Tenho pacientes na sala vermelha de emergência, esperando por uma vaga de UTI. Estamos dando alta precoce da UTI para abrir vaga”!

E no Nordeste o interior do Ceará vive em alerta, e trabalhadores da saúde temem que uma situação próxima a de Manaus se repita na região. Os hospitais de Juazeiro do Norte tem recorrido a hospitais privados de cidades vizinhas para transferir pacientes devido a superlotação.

Esse panorama geral da situação do sistema de saúde no país é um prenuncio de cenários ainda mais sombrios. Fica evidente como Bolsonaro e sua política negacionista e genocida permitem com que o país sofra com mortes, aumento de casos e falta de insumos no combate a pandemia. Mas por outro lado podemos ver também como a irracionalidade capitalista desse regime golpista apodrecido não fica para trás.

O Congresso Nacional, o STF e os governadores são também responsáveis por essa situação lamentável. Demitem funcionários, precarização hospitais e buscam sucatear o SUS para avançar na privatização. Isso sem falar na demagogia de João Doria (PSDB) que sequer disponibiliza vacina suficiente para a imunização dos grupos prioritários e mesmo assim vem avançando com um plano de abertura ainda mais intenso, colocando a vida dos trabalhadores em risco para manter o lucro dos grandes capitalistas.

É preciso que os trabalhadores da saúde tomem em suas mãos o rumo do combate a pandemia, estatizando os hospitais privados que reservam seus leitos para os ricos em um sistema de saúde único e controlado pelos trabalhadores. Assim como a quebra das patentes produzindo vacinas para todos, disponibilizando as pesquisas para toda população sobre imunizantes e tratamentos e reconvertendo a indústria nacional para produção de insumos tão necessários como cilindros de oxigênio e leitos de UTI. Só assim podemos responder efetivamente a pandemia defendendo a vida dos trabalhadores perante o lucro dos capitalistas.




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