De acordo com relatório da OMS, de 80 a 180 mil trabalhadores da saúde podem ter morrido de Covid-19 até maio deste ano
sexta-feira 22 de outubro de 2021 | Edição do dia
Imagem: Diorgenes Pandini
Relatório divulgado na 5ª feira (21) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que dos 135 milhões de profissionais de saúde do mundo, de 80 mil a 180 mil podem ter morrido de covid-19 até maio deste ano.
O diretor-geral da organização Tedros Adhanom Ghebreyesus reforçou a necessidade de que os profissionais da saúde fossem os primeiros a ser imunizados, pois estão na linha de frente do combate ao vírus.
Tedros disse ainda haver uma desigualdade entre a parcela da população que se vacinou em diferentes países, e cita o exemplo da África, em que menos de 1 a cada 10 profissionais da saúde foram totalmente vacinados, enquanto que na maioria dos países de alta renda, mais de 80% dos profissionais da saúde já estão totalmente vacinados.
Na visão do chefe da OMS, a constatação de que milhões de trabalhadores da saúde ainda não foram imunizados mais de 10 meses depois da aprovação das primeiras vacinas é uma “acusação” a países e empresas que controlam o abastecimento global de doses.
A presidente do Conselho Internacional de Enfermeiros, Annette Kennedy, disse que considera os dados:
“Uma acusação chocante contra os governos. É uma acusação chocante da sua falta no dever de proteger os profissionais de saúde que pagaram o último sacrifício com suas vidas".
A OMS possui uma meta de que 40% da população mundial esteja vacinada até o final do ano, porém, Tedros remarca que 82 países correm o risco de não conseguir alcançar a meta, principalmente por causa da oferta insuficiente de vacinas.
Esses dados levam em conta os registros oficiais, porém em muitos países, principalmente os mais pobres, o número de testes disponíveis para a população é insuficiente, o que torna difícil a existência de um número exato de contaminados e mortos, e abre margem para resultados muito mais desastrosos.