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CORONAVÍRUS | Coveiros de SP denunciam falta de proteção, com 30 enterros por dia de suspeitos de contágio

Os 800 funcionários do Serviço Funerário de São Paulo se organizaram para denunciar a absurda situação de estarem trabalhando sem EPIs e mesmo álcool gel, e prometem greve contra o descaso de Covas e Dória.

quarta-feira 1º de abril de 2020 | Edição do dia

Na capital paulista, é registrado por dia um aumento de cerca de 30 a 40 enterros por dia de suspeitos de contaminação por coronavírus, que sequer tiveram resultado de autópsias conclusivas. Desde o início da crise, São Paulo registrou 200 mortos enterrados sob suspeita ainda não confirmadas.

Esse cenário trás o alerta de que estão subnotificados os casos de mortos e contaminados em SP, em especial pela negligência de Dória e Covas de garantirem em primeiro lugar testes massivos, indicado até pela OMS, se limitando a promoter 2000 por dia, que até hoje não passou de um blefe.

Em reportagem à Folha de São Paulo, um motorista da frota de carros funerários fala de um volume de corpos crescentes a cada dia. “Só hoje de manhã eu fui buscar seis, sozinho”. Relata que passou a transportar corpos que saem direto do hospital, embalados em sacos pretos, direto para as covas, sem passar pela funerária, tratamento de conservação ou velórios.

Os funcionários funerários denunciam o descaso da prefeitura de Covas e do governo estadual de João Dória, que não tem garantido equipamentos de proteção adequado, e sequer álcool gel. A situação é denunciada no conjunto dos serviços públicos do estado. Nas funerárias, não há número suficiente de roupas de proteção e até a semana passada não havia álcool gel, e as máscaras que haviam estavam vencidas.

Frente a alta exposição ao vírus que estão submetidos ao manusear os corpos, os funerários declararam que farão greve se não forem garantidas mínimas condições para atuarem em meio a pandemia.

Além disso, exigem a contratação de 200 funcionários aprovados no concurso e exigem a liberação remunerada dos funcionários acima de 60 anos e que estão em grupos de risco.

Essa semana 104 funcionários do hospital privado Sírio Libanês foram afastados por contágios. Se imagina a gravidade dessa situação nos hospitais públicos, onde também as medidas de proteção é suficiente, assim como os leitos de UTI, respiradores, e a demanda por funcionários é crescente.

É absurda a situação de exposição desses funcionários. Uma situação agrava a falta de testes massivos rápidos, em especial para os servidores em situação de maior exposição, que leva a situação de atraso tão grande no diagnóstico e de que muitos mortos por insuficiência respiratória sequer tem a suspeita confirmada.

A demagogia do governador e do prefeito que, frente ao completo negacionismo de Bolsonaro e sua vontade de suspender o isolamento social, se dizem “responsáveis” no combate ao vírus, sequer estão garantindo que a população seja amplamente testada como recomenda a OMS, mas nem mesmo a segurança dos trabalhadores que estão na linha de frente da batalha contra o vírus.




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